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Ferrovia leva a glaciares, lagos e vales
Entre montes nevados, Bernina Express ziguezagueia por 55 túneis e 196 pontes de Chur (Suíça) a Tirano (Itália)
Viagem de quatro horas desvela trechos cênicos tombados pela Unesco como patrimônio
da humanidade
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A CHUR (SUÍÇA) E
TIRANO (ITÁLIA)
A neve que já virou verde
na maior parte da Suíça nesse quente verão europeu ainda dá as caras em Ospizio
Bernina, 2.253 metros acima
do nível do mar.
Os passageiros do trem envidraçado se agitam para ver
o pequeno lago formado por
glaciares derretidos pelo sol
acima das montanhas.
Um pequeno rio levará essas águas do degelo nival até
o rio Arno, isso na Itália. Mas,
desse lado, os Alpes ainda
são suíços.
Ospizio Bernina é o cume
de uma viagem que dura
quatro horas e é feita em uma
ferrovia que teve trechos
tombados pela Unesco como
patrimônio da humanidade.
A Bernina Express ziguezagueia entre montanhas por
túneis -são 55- e pontes
-196 ao todo- para levar o
passageiro da sisuda Chur,
no centro da Suíça, até Tirano, no norte da Itália, em
quatro horas.
ROTAS POSSÍVEIS
A partir dali, há três opções para você avaliar, dependendo de quanto tempo o
viajante tiver. A primeira é
seguir por duas horas em um
ônibus até Lugano, no centro-sul da Suíça. A segunda é
ir adiante em território italiano por outros meios (Milão é
próxima). A terceira é, claro,
fazer o caminho de volta.
Outra rota possível, mais
longa, leva de Chur a St. Moritz, uma das principais estações de esqui do país, e depois de volta a Tirano -esse
último trecho é o traçado original, aberto em 1910.
No trem, com janelas que
vão do primeiro metro de altura à metade do teto, livros,
computadores, vídeos e outros passatempos são desnecessários. A paisagem atrai o
olhar a cada curva.
O que se revela para o passageiro vai de bosques fechados a cidadezinhas de casas
amplas de madeira e torres
de igreja perfeitamente alinhadas, de montanhas e glaciares a lagos e vales. Vez por
outra, vê-se um castelo surgindo no horizonte.
E as pontes de madeira, os
túneis de tijolo, as curvas em
espiral para dar conta de descidas íngremes já fazem da
própria estrada uma atração.
PARADA
Nas estações cuidadosamente mantidas, o turista pode saltar e talvez quebrar o
percurso para uma caminhada. Pode também aproveitar
para fazer uma refeição mais
típica do norte da Itália do
que da Suíça.
A Bernina Express é só
uma das estradas na densa
malha ferroviária suíça, que
inclui também outras viagens panorâmicas. Mas é frequentemente citada como a
mais bonita delas.
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