São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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Ferrovia leva a glaciares, lagos e vales

Entre montes nevados, Bernina Express ziguezagueia por 55 túneis e 196 pontes de Chur (Suíça) a Tirano (Itália)

Viagem de quatro horas desvela trechos cênicos tombados pela Unesco como patrimônio da humanidade


LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A CHUR (SUÍÇA) E TIRANO (ITÁLIA)

A neve que já virou verde na maior parte da Suíça nesse quente verão europeu ainda dá as caras em Ospizio Bernina, 2.253 metros acima do nível do mar.
Os passageiros do trem envidraçado se agitam para ver o pequeno lago formado por glaciares derretidos pelo sol acima das montanhas.
Um pequeno rio levará essas águas do degelo nival até o rio Arno, isso na Itália. Mas, desse lado, os Alpes ainda são suíços.
Ospizio Bernina é o cume de uma viagem que dura quatro horas e é feita em uma ferrovia que teve trechos tombados pela Unesco como patrimônio da humanidade.
A Bernina Express ziguezagueia entre montanhas por túneis -são 55- e pontes -196 ao todo- para levar o passageiro da sisuda Chur, no centro da Suíça, até Tirano, no norte da Itália, em quatro horas.

ROTAS POSSÍVEIS
A partir dali, há três opções para você avaliar, dependendo de quanto tempo o viajante tiver. A primeira é seguir por duas horas em um ônibus até Lugano, no centro-sul da Suíça. A segunda é ir adiante em território italiano por outros meios (Milão é próxima). A terceira é, claro, fazer o caminho de volta.
Outra rota possível, mais longa, leva de Chur a St. Moritz, uma das principais estações de esqui do país, e depois de volta a Tirano -esse último trecho é o traçado original, aberto em 1910.
No trem, com janelas que vão do primeiro metro de altura à metade do teto, livros, computadores, vídeos e outros passatempos são desnecessários. A paisagem atrai o olhar a cada curva.
O que se revela para o passageiro vai de bosques fechados a cidadezinhas de casas amplas de madeira e torres de igreja perfeitamente alinhadas, de montanhas e glaciares a lagos e vales. Vez por outra, vê-se um castelo surgindo no horizonte.
E as pontes de madeira, os túneis de tijolo, as curvas em espiral para dar conta de descidas íngremes já fazem da própria estrada uma atração.

PARADA
Nas estações cuidadosamente mantidas, o turista pode saltar e talvez quebrar o percurso para uma caminhada. Pode também aproveitar para fazer uma refeição mais típica do norte da Itália do que da Suíça.
A Bernina Express é só uma das estradas na densa malha ferroviária suíça, que inclui também outras viagens panorâmicas. Mas é frequentemente citada como a mais bonita delas.


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