Berlim é bola da vez da comunidade gay

Embaladas por direitos como a união civil, algumas cidades investiram pesado na imagem de destinos gays

Tel Aviv, considerada a nova San Francisco pela liberalidade e variedade de bares voltados a este público, é o novo frisson

Johannes Eisele - 19.jun.2010/France Presse

Manifestantes no Christopher Street Day em Berlim, com igreja Memorial do Imperador Guilherme ao fundo; neste ano, evento será em 25 de junho

ANDRÉ FISHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O que pode parecer a visão do inferno para alguns "fundamentalistas" é a porta do paraíso para outros tantos: milhares de homens ocupando bairros e cidades inteiras em eventos cada vez maiores espalhados pelos cinco continentes do mundo.
Para esses viajantes frequentes, Paris, Londres, Nova York e San Francisco são consideradas "básicas", e colecionar carimbos no passaporte, sobretudo de destinos não tradicionais, é símbolo supremo de status.
E o principal chamariz para reunir esses turistas coloridos são eventos 100% gays. Não faltam opções, dos que fazem mais o estilo família até os mais extremos.
Embaladas por direitos como casamento ou união civil, que costumam ser parâmetro na hora de escolher para onde viajar, algumas cidades investiram pesado na imagem de destinos gays.
A Cidade do Cabo, oásis sul-africano de tolerância com bairro gay e direitos plenos reconhecidos, foi uma das primeiras. Em Buenos Aires, estabelecimentos colocaram bandeiras do arco-íris em suas portas e a capital argentina sedia hoje o maior fórum latinoamericano de negócios LGBT.
Montreal e seu Village despontaram há alguns anos como local para casamentos entre pombinhos do mesmo sexo e, é claro, a lua de mel.
A bola da vez da comunidade gay é Berlim, com seus preços baixos, vida noturna animadíssima e lendários sex clubs (o gigantesco Lab.oratory (www.lab-oratory.de) é uma espécie de meca homossexual, onde todo homem deveria ir pelo menos uma vez na vida).
A novo frisson é Tel Aviv, que vem sendo considerada a nova San Francisco pela extrema liberalidade de seus habitantes e uma surpreendente cena de bares gays.
Durante a Gay Pride, a cidade oferece eventos gratuitos nas ruas e nas praias, além de festas e saunas. A última, em junho passado, foi hit absoluto na internet e promete bombar em 2011.
Na outra ponta, há destinos considerados "vintage": praias como Sitges (Espanha), Fire Island (EUA), Mykonos (Grécia) e Puerto Vallarta (México), que nos anos 1990 foram sinônimo de liberdade e homens bonitos, se consolidaram como favoritas entre abastados com mais de 40 anos, especialmente no final de agosto.
Manila, nas Filipinas, quer fazer parte desse circuito e sedia neste ano a final mundial do Mr. Gay Mundo, evento que atrai um público mais maduro.
As paradas são os pontos mais quentes no calendário turístico gay. O tradicional Mardi Gras de Sydney (www.mardigras.org.au) se estende por quase um mês de festivais, ainda que a parada em si seja um convescote desanimado se comparado às similares brasileiras.
É Madri, que tem a segunda maior e a mais animada Parada do Orgulho Gay do mundo, que tem recebido o maior número de baladeiros.
O Dia da Rainha é a maior festividade de Amsterdã, superando até a bucólica Parada Gay local que acontece nos canais que cruzam a animada capital holandesa.
Nesse dia, todos vestem laranja para ir às celebrações no Monumento aos Homossexuais e na Reguliersdwarsstraat, no coração das "diversões noturnas".
As Circuit Parties são famosas por reunir milhares de homens musculosos sem camisa. A maior delas é a Winter Party de Miami (www.winterparty.com), conhecida pelas quentíssimas pool parties e festas nas areias de South Beach .
Até Portugal entrou no mapa das grandes festas com a Lesboa Party (http://lesboa.blogspot.com), que nasceu lésbica e hoje é mais frequentada por gays.