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PLANET@ LETRA
Original recupera tom crítico de "Gulliver"
Lançado junto de um filme 3D inspirado na saga, livro pode causar estranhamento
DE SÃO PAULO
A estreia do filme 3D "As
Viagens de Gulliver", no próximo dia 14, vem junto ao
lançamento recente do clássico de Jonathan Swift pela
Penguin-Cia. das Letras. E
quem busca viagens por terras fictícias encontra duas
experiências muito distintas
embarcando em filme e livro.
O filme, estrelado por Jack
Black, é a mais recente de
uma longa lista de adaptações desse clássico.
Na versão dirigida por Rob
Letterman, apenas a primeira das viagens é contada.
Gulliver (Black) é um americano frustrado que decide ir
ao Triângulo das Bermudas
atrás de uma reportagem e é
transportado para Lilipute.
Já quem só conhece Gulliver dos livros infantis pode
estranhar o original. O livro é
um tanto amargo, desesperançado em relação ao ser
humano.
A leitura se dá em vários
níveis, e o prefácio de George
Orwell contextualiza um dos
aspectos menos comentados
de "As Aventuras de Gulliver" -seu entendimento como uma mordaz crítica social, em especial da sociedade inglesa do século 19.
Da mesma maneira, o livro
pode ser lido também como
uma paródia das narrativas
de viagem superlativas dos
exploradores europeus. E, é
claro, como uma sucessão de
viagens por mundos estranhos e fantásticos.
Quem prefere viagens no
mundo real pode fazer um
tour inspirado na vida de
Swift por Dublin, na Irlanda,
passando pelo Trinity College, onde ele estudou, e pela
catedral de São Patrício, onde, após ser ordenado padre
anglicano, ele foi decano.
O destino de quem prefere
passear pelas locações do novo blockbuster é Londres
-mais especificamente
Greenwich. As filmagens foram feitas no imponente Old
Royal Naval College, na Universidade de Greenwich e na
Queen's House.
FICÇÃO
Viagens de Gulliver
Jonathan Swift
TRADUÇÃO Paulo Henriques Britto
EDITORA Penguin- Cia. das Letras
QUANTO R$ 29,50 (448 págs.)
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