CELESTINE BOHLEN
do "Travel/The New York Times"

Sinos de igreja, arranjos de flores numa explosão colorida, mercados oferecendo morangos frescos e aspargos, restaurantes com mesas na calçada, igrejas barrocas, ruínas romanas.
A Páscoa em Roma soa como o paraíso. Mas há um porém: ao planejar uma viagem à cidade na Semana Santa, saiba que você não estará sozinho.
Turistas têm migrado para a "Cidade Eterna" durante a Semana Santa há séculos. E o número deles continua a crescer como as águas do Tibre depois de uma chuva de primavera (sim, pode chover em Roma durante a primavera, e, quando acontece, é para valer).
A semana da Páscoa é uma das mais repletas de visitantes em Roma. Isso não é motivo suficiente para que você evite a cidade durante esse período, mas é bom saber disso antecipadamente.
Diárias de hotel estão no topo. Os taxistas romanos -algumas das mais surrealistas criaturas da natureza- estão no ápice da sua (má) forma, e os ônibus de turistas perambulam pela cidade feito um dinossauro coxo.
Lembre-se, por fim, que a segunda-feira de Páscoa na Itália, como na maior parte da Europa, é feriado. Os romanos chamam a data de "pasquetta".
Rota de fuga
A melhor maneira de enfrentar Roma nessa época é evitar as multidões que peregrinam pelo Vaticano, pelos museus e pela maior parte do centro histórico da capital italiana.
Roma tem alguns cantos de sossego que, embora estejam levemente fora das rotas principais dos turistas, não são difíceis de serem alcançados.
Um desses lugares é o Aventino, um dos sete montes originais da cidade. Ali, as famílias nobres construíam suas moradas nos últimos dias do império.
Ele sobe a partir das ruínas do Circo Massimo -o outrora maior estádio de Roma e que hoje é pouco mais que uma longa esplanada gramada- até Santa Sabina, uma das mais velhas e belas igrejas romanas, ladeada por dois belos jardins alaranjados.
Outra maneira de evitar aglomerações são os passeios de um dia para fora de Roma. Neles, você pode visitar lugares que abrigam os cenários e cheiros de uma típica primavera italiana.
Exemplos desses lugares são Ostia Antica -a velha cidade portuária romana a cerca de meia hora da cidade moderna- e a Via Appia -a rodovia ancestral que fica fechada aos veículos aos domingos, o que a torna ideal para caminhadas, passeios de bicicleta e visitas às catacumbas.