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VIA MARIS
Filhos de libaneses viajam a convite do governo; Brasil tem a maior comunidade vinda do país de 4 mi de habitantes
País dos cedros estimula ida de descendente
NO ORIENTE MÉDIO
A maior parte dos turistas que
visita o Líbano ainda é composta
por descendentes ou habitantes
de países árabes. O que pode parecer uma limitação compreende,
na verdade, um enorme universo
de turistas: estima-se que haja 15
milhões de libaneses fora do país.
Os descendentes têm algumas
facilidades quando visitam o Líbano. A primeira, óbvia, é quando
dizem o sobrenome. Todos os libaneses são orgulhosos de saber
que nomes de família do país se
espalharam pelo mundo, especialmente no Brasil, onde está a
maior comunidade libanesa do
planeta, com cerca de 7 milhões
de descendentes -a população
do Líbano é de 4 milhões.
Sabendo disso, o governo e a
iniciativa privada incentivam a
ida de descendentes para lá. Todos os meses de julho, nos moldes
do que ocorre em Israel com os
judeus, centenas de jovens descendentes de libaneses visitam o
país a convite do governo, que paga tudo, fora a passagem aérea.
Em outubro, outra centena de
brasileiros de origem libanesa deve ir a Beirute para participar da
maratona da cidade.
A segunda vantagem dos descendentes em relação aos outros
turistas é a presença de parentes,
ainda que primos distantes. Libaneses, eles fazem questão de oferecer o que há de melhor na culinária aos familiares do exterior.
Pratos como arroz com frango e
amêndoas, kibe de assadeira, charutos de folha de uva, esfiha. Tudo
caseiro e regado a um dos bons vinhos libaneses, como o Château
Mussar ou o Château Ksara.
A maior parte dos descendentes
no Brasil não veio de Beirute, e
sim de outras cidades, especialmente do vale do Beka, do sul e
dos montes no norte. E isso torna
o roteiro do descendente um pouco diferente da rota daqueles que
não têm ligação com o país.
Para quem tem origem libanesa,
ver uma igreja em Marajayon, comer à beira do rio Bardauni em
Zahle, caminhar pelas ladeiras de
Rachaya Aluad, visitar Hasbaya é
voltar ao passado que não conheceu, às conversas das avós com as
amigas, entender o porquê da
saudade do país dos cedros.
Apesar do foco nos descendentes, o Líbano também quer receber quem não tem origem libanesa. E o país oferece uma série de
passeios a quem não teve um avô
nascido lá. Os pontos altos são
Beirute e Baalbek. A capital, sem
dúvida, por ser a cidade mais cosmopolita do mundo árabe, com
inúmeros restaurantes, boates e
até raves. Beirute tem uma vida
noturna de cidade latina, como
Buenos Aires, Madri e Barcelona.
Já Baalbek tem um dos sítios arqueológicos romanos mais preservados do mundo. Destaque
para o templo de Júpiter. No verão, há festivais de música em
meio às ruínas. O mesmo acontece em Tiro, no sul, onde também
há ruínas dos tempos romanos.
Visitar Byblos, ao norte de Beirute, com belas praias e ruínas fenícias, também é obrigatório.
(GUSTAVO CHACRA)
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