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DE VOLTA A NY
De dia ou à noite, bairro é hit do verão nova-iorquino
Williamsburg, que já foi majoritariamente industrial, ganha baladas, bistrôs, mercadinhos e sorveterias
DA ENVIADA A NOVA YORK
Imagine uma Barra Funda (o
bairro na zona oeste de São
Paulo) que deu muito, mas
muito certo. Na rua, modernos
vão e vêm -eles, com calças
justíssimas; elas, com microvestidinhos. Bem-vindo a Williamsburg, região do Brooklyn
que é hit nova-iorquino há alguns verões.
A região fica próxima à ponte
de mesmo nome e por muito
tempo foi de ocupação majoritariamente industrial. Agora,
os galpões deram lugar a bares,
casas de show e estúdios e a
avenida Bedford foi transformada em um epicentro de restaurantes e mercadinhos (saindo de Manhattan, tome a linha
"L" do metrô e desça na estação
da avenida Bedford).
O bairro, dizem os locais, é o
"pós-East Village", a zona de
Manhattan famosa pela vida
noturna que revelou bandas como os Strokes. Na última terça,
a zona recebeu mais uma casa
noturna, o Williamsburg Music
Hall. Para o dia 15 estão escalados os supermodernos curitibanos do Bonde do Rolê.
Mas o bairro também funciona muito bem de dia. O Juliette
(rua 5, 135, quase esquina com a
Bedford) é um bistrô francês
aberto em outubro passado. Os
drinques custam, em média,
US$ 10 (R$ 19). O ponto alto é o
terraço, onde toca de Edith Piaf
a Stevie Wonder.
Outra novidade do bairro é a
sorveteria /eks/ (av. Driggs,
488). Um salão de paredes vermelhas pontuado por desenhos
em vermelho é o cenário psicodélico onde se pode comer frozen yogurt, ou "fro-yo" (uma
porção pequena sai por US$
3,95, cerca de R$ 8).
Manhattan
De volta a Manhattan, um local famoso é parte da campanha da prefeitura "Just Ask
The Locals" (pergunte aos locais). O roteiro é de um filho do
Brooklyn, o ator e comediante
ex-"Saturday Night Live"
Jimmy Fallon.
A Folha testou o roteiro. A
idéia é ir até a av. Marcy, no começo da ponte de Williamsburg, e atravessá-la a pé de volta à ilha -são cerca de 40 minutos de caminhada. Fallon sugere também um horário: uma
hora antes do pôr-do-sol.
Aos moradores paulistanos
que temem atravessar até a
passarela na av. Rebouças, à
primeira vista a ponte parece
assustadora. Não é perigoso
neste horário? "Não mesmo",
responde, apenas, o local.
Uma vez na passarela, uma
vez sobre o rio East, uma vez
sem perigo por perto (a não ser
o de ciclistas correndo), vem à
cabeça uma comparação com
São Paulo: em Nova York também se lembra (e se lembra até
mais facilmente) que, além de
destruir, o dinheiro constrói
coisas belas. É o que dizem os
arranha-céus mais adiante.
A ponte encontra uma região
mais empobrecida de Manhattan, o Lower East Side. É do estilo centrão mesmo, com lojas
populares e alguns resquícios
do Chinatown ali do lado. Pelas
ordens de Jimmy Fallon, segue-se a rua da ponte (Delancey) até encontrar a Bowery,
que depois será a 3ª avenida...
Agora, já é o East Village e o
comediante nos guia até o número 129 da rua 18, a Pete's Tavern, que se apresenta como "a
taverna mais antiga de Nova
York", fundada em 1864. Comida (italiana) muito boa e barata. Um filé de linguado, recheado com camarão, acompanhado de batatas assadas ou espaguete, custa US$ 16,75 (R$ 33).
Terminado o jantar, Fallon
sugere outra caminhada, agora
para o Mo Pickin's House of
Satisfaction (av. A com rua 3).
É um pub que abriga tudo, de
espetáculos de humor a shows
de hip hop. O roteiro acaba
com uma pizza, vendida em pedaços a poucos metros, na Two
Boots - nome em homenagem
aos mapas em forma de bota da
Itália e do Estado de Louisiana.
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