São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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DE VOLTA A NY

De dia ou à noite, bairro é hit do verão nova-iorquino

Williamsburg, que já foi majoritariamente industrial, ganha baladas, bistrôs, mercadinhos e sorveterias

DA ENVIADA A NOVA YORK

Imagine uma Barra Funda (o bairro na zona oeste de São Paulo) que deu muito, mas muito certo. Na rua, modernos vão e vêm -eles, com calças justíssimas; elas, com microvestidinhos. Bem-vindo a Williamsburg, região do Brooklyn que é hit nova-iorquino há alguns verões.
A região fica próxima à ponte de mesmo nome e por muito tempo foi de ocupação majoritariamente industrial. Agora, os galpões deram lugar a bares, casas de show e estúdios e a avenida Bedford foi transformada em um epicentro de restaurantes e mercadinhos (saindo de Manhattan, tome a linha "L" do metrô e desça na estação da avenida Bedford).
O bairro, dizem os locais, é o "pós-East Village", a zona de Manhattan famosa pela vida noturna que revelou bandas como os Strokes. Na última terça, a zona recebeu mais uma casa noturna, o Williamsburg Music Hall. Para o dia 15 estão escalados os supermodernos curitibanos do Bonde do Rolê.
Mas o bairro também funciona muito bem de dia. O Juliette (rua 5, 135, quase esquina com a Bedford) é um bistrô francês aberto em outubro passado. Os drinques custam, em média, US$ 10 (R$ 19). O ponto alto é o terraço, onde toca de Edith Piaf a Stevie Wonder.
Outra novidade do bairro é a sorveteria /eks/ (av. Driggs, 488). Um salão de paredes vermelhas pontuado por desenhos em vermelho é o cenário psicodélico onde se pode comer frozen yogurt, ou "fro-yo" (uma porção pequena sai por US$ 3,95, cerca de R$ 8).

Manhattan
De volta a Manhattan, um local famoso é parte da campanha da prefeitura "Just Ask The Locals" (pergunte aos locais). O roteiro é de um filho do Brooklyn, o ator e comediante ex-"Saturday Night Live" Jimmy Fallon.
A Folha testou o roteiro. A idéia é ir até a av. Marcy, no começo da ponte de Williamsburg, e atravessá-la a pé de volta à ilha -são cerca de 40 minutos de caminhada. Fallon sugere também um horário: uma hora antes do pôr-do-sol.
Aos moradores paulistanos que temem atravessar até a passarela na av. Rebouças, à primeira vista a ponte parece assustadora. Não é perigoso neste horário? "Não mesmo", responde, apenas, o local.
Uma vez na passarela, uma vez sobre o rio East, uma vez sem perigo por perto (a não ser o de ciclistas correndo), vem à cabeça uma comparação com São Paulo: em Nova York também se lembra (e se lembra até mais facilmente) que, além de destruir, o dinheiro constrói coisas belas. É o que dizem os arranha-céus mais adiante.
A ponte encontra uma região mais empobrecida de Manhattan, o Lower East Side. É do estilo centrão mesmo, com lojas populares e alguns resquícios do Chinatown ali do lado. Pelas ordens de Jimmy Fallon, segue-se a rua da ponte (Delancey) até encontrar a Bowery, que depois será a 3ª avenida...
Agora, já é o East Village e o comediante nos guia até o número 129 da rua 18, a Pete's Tavern, que se apresenta como "a taverna mais antiga de Nova York", fundada em 1864. Comida (italiana) muito boa e barata. Um filé de linguado, recheado com camarão, acompanhado de batatas assadas ou espaguete, custa US$ 16,75 (R$ 33).
Terminado o jantar, Fallon sugere outra caminhada, agora para o Mo Pickin's House of Satisfaction (av. A com rua 3). É um pub que abriga tudo, de espetáculos de humor a shows de hip hop. O roteiro acaba com uma pizza, vendida em pedaços a poucos metros, na Two Boots - nome em homenagem aos mapas em forma de bota da Itália e do Estado de Louisiana.


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