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POR DENTRO DA AVIAÇÃO
Aos 80 anos, KLM quer fazer Wings decolar
SILVIO CIOFFI
enviado especial a Amsterdã
A empresa aérea holandesa
KLM completa 80 anos no dia 7
de outubro investindo num megaacordo operacional com a companhia italiana Alitalia.
A aliança Wings -um dos segredos mais mal guardados da
história da aviação- já estava esboçada quando, em 1977, a KLM
se juntou à norte-americana
Northwest, depois de ter adquirido ações de empresas menores
como Air Uk, do Reino Unido, e
Braathens, da Noruega. Com o
nome de Wings ou não, essa
aliança vem fazer frente às já existentes Star Alliance e Oneworld.
Até agora, nos acordos existentes, a tendência tem sido de acomodação de concorrentes diretos
em alianças opostas.
Assim, se a United capitaneou a
fundação da Star Alliance, sua
concorrente American optou pela
Oneworld. Descendo até a Oceania, se a australiana Qantas se associa a uma aliança, sua concorrente Ansett vai para a outra.
A pergunta que o setor faz é: que
estratégias terá a Wings? Quem
será seu parceiro na Ásia, por
exemplo, onde as companhias aéreas são bem mantidas e sofisticadas? E no Brasil? Bem, no Brasil a
Varig já está na Star Alliance. E as
outras querem participar dessas
alianças globais?
Como nada está definido nem é
definitivo, Leo van Wijk, o presidente da KLM, não abordou essas
questões no discurso que fez para
a imprensa durante o jantar que
ocorreu no Rijksmuseum (em
Amsterdã), uma das mais belas
pinacotecas da Europa, na segunda-feira passada. O evento também teve a participação da ministra da Economia, A. Jorritsma.
Números
A KLM chega aos 80 em boa
saúde financeira. Faturou 166 milhões de florins (cerca de US$ 80,3
milhões) nos primeiros quatro
meses deste ano -96 milhões
(US$ 46,5 milhões) menos do que
no igual período de 98.
Está emprestando 100 milhões
de euros (cerca de US$ 106,7 milhões) para a reforma do aeroporto de Malpensa, em Milão, que
pertence à Alitalia. A KLM, que
reina absoluta no aeroporto de
Schphol (Amsterdã), não tem seu
próprio aeroporto.
Juntas, a KLM e a Alitalia cobrem uma área complementar do
globo terrestre, de modo que a
aliança deve encontrar terreno
fértil para crescer.
A mais antiga companhia aérea
do mundo a usar o mesmo nome
(KLM Royal Dutch Airlines) foi
fundada em 1919 por um grupo
de armadores investidos de um
ideal do século 17, quando a Holanda fundou um império comercial global, o maior que já houve.
Hoje a empresa holandesa esbanja aviões -tem 119 aeronaves
na frota, incluindo 20 modernos
B-747/ 400.
A estréia internacional da KLM
ocorreu em 1920, ligando Amsterdã a Londres. A empresa iniciou
sua operação para a Ásia já no ano
seguinte, em 1921.
Primeira a introduzir a classe
executiva, a KLM de hoje serve 34
cidades em 26 países asiáticos;
voa para Sydney, na Austrália, e
serve 13 cidades em dez países
africanos. Na Europa, o emaranhado é ainda maior: 86 cidades
em 24 países. Na América do Norte, vai a 18 cidades nos três países.
Também voa para o Caribe holandês e para a América do Sul.
No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro estão ligados a Amsterdã
pela companhia aérea. Não deixa
de ser estratégico para o país: a
Holanda é a sexta maior economia da Europa e o sexto maior investidor mundial.
Silvio Cioffi, editor de Turismo, viajou a
convite da KLM
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