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Voo panorâmico de helicóptero rende vista completa das quedas
Estrutura turística em Iguazú e Foz permite ver o espetáculo dos saltos por céu, terra e água
Lenda indígena alude à formação do espetáculo de águas; segundo mito, criação envolve história de amor e de castigo
DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU
Uma das lendas indígenas
que explica miticamente a
formação das cataratas, o
conjunto de quedas d'água
em Foz do Iguaçu (PR) e em
Puerto Iguazú (Argentina),
remete aos índios caingangues, que viviam às margens
do rio Iguaçu.
Para eles, o mundo era governando pelo filho de Tupã,
M'Boi, o deus serpente. Naipi
era a filha de Ignobi, cacique
da tribo, e estava consagrada
a M'Boi. Sua vida deveria ser
destinada apenas a seu culto, mas Tarobá, um jovem
guerreiro, apaixonou-se por
ela e, no dia de sua consagração, fugiu com a bela rio
abaixo em uma canoa.
Irado, M'Boi penetrou nas
cavidades da terra, retorceu
seu corpo e produziu uma
enorme fenda, dando origem
a uma grande catarata que
sugou os fugitivos. Naipi foi
transformada em uma rocha
abaixo da cachoeira, castigada pela força das águas. Tarobá se converteu em uma
palmeira à beira do abismo.
Toda a grandiosidade das
cataratas -as quedas possuem, em média, 65 metros
de altura, em uma largura de
quase 3 km-, que certamente magnificava o povo nativo
dessa região, continua impressionando os turistas.
Em 2010, quase 1,3 bilhão
de pessoas visitaram o parque. Metade deste número
era formado por brasileiros.
A estrutura dos parques
-parque nacional do Iguaçu, no Brasil, e parque nacional Iguazú, na Argentina-
permite conhecer as cataratas a fundo, seja por terra,
por ar ou pela água.
PELO AR
O voo panorâmico de helicóptero é caro (R$ 180 por
pessoa), curto (dura apenas
dez minutos) e geralmente
tem uma longa fila de espera
(nos fins de semana, ela pode
demorar até duas horas).
Mesmo assim, o passeio é
imperdível. A visão das cataratas lá de cima é embasbacante: um enorme buraco para onde as águas caem, dando ainda mais sentido à lenda que sugere a fenda então
feita pelo deus serpente.
POR TERRA
Na dúvida entre conhecer
as cataratas pelo lado brasileiro ou argentino, escolha as
duas opções. A estrutura brasileira é impecável, com elevadores panorâmicos e passarelas espaçosas. Na Argentina, o acesso primordial às
atrações é feito por trem e é
preciso, em dias cheios,
aguardar a vez em filas de tamanho razoável.
Oitenta e cinco por cento
das quedas estão em território hermano. Por isso, elas
conferem a quem está no
Brasil uma visão mais ampla.
Para chegar à "Garganta
del Diablo", no lado argentino, é preciso andar por uma
passarela que parece interminável, esbarrando em vários turistas num vaivém infinito. O encontro vez ou outra
com pássaros e as águas relativamente calmas durante o
acesso não dão ideia do que
virá pela frente.
E não é pouco. As quedas
estão a poucos metros de distância, muito mais próximas
às grades da passarela se
comparadas às do Brasil. Leve capa de chuva se não quiser se molhar. A direção do
vento traz "chuvas" momentâneas -e alguns gritinhos.
POR ÁGUA
No Brasil, o passeio que
ocorre na parte baixa do leito
do rio se chama Macuco Safári. Na Argentina, é operado
pela Jungle Explorer, cujo
acidente de barco envolvendo oito pessoas em 21/3 resultou em morte de dois estadunidenses.
Ambos os países operam
um roteiro praticamente
idêntico pelas águas do rio,
que leva os turistas bem perto das primeiras quedas. A
proa chega a tocar as águas
das cachoeiras e, nesse ponto, todos já estão extremamente molhados.
A quantidade de água no
ar torna a tarefa difícil, mas
tente manter os olhos abertos
e olhe para cima -você está
vendo as cataratas "de baixo
para cima". Um ou dois arco-íris ao redor dão o toque.
De acordo com o ânimo e o
espírito de aventura dos passageiros, peça ao piloto para
que faça manobras no retorno ao cais.
(RAFAEL MOSNA)
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