Com casario colonial e banhada pelo mar do Caribe, a cidade amuralhada é patrimônio da humanidade

Silvio Cioffi/Folha Imagem

Casas coloridas em Cartagena, cidade do Caribe colombiano fundada em 1533 que foi importante porto do império espanhol

MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CARTAGENA

Na Colômbia, as estações não são medidas em meses do ano, mas em metros de altitude. Cortado pela linha do Equador, o país vê pouca variação na temperatura de suas cidades.
Bogotá, a 2.640 m, vive num clima mais frio. Medellín, no meio da montanha, uma primavera sem fim. Verão é privilégio de Cartagena de Índias, no litoral norte do país. Além de sol, a cidade, voltada para o Caribe, tem arquitetura colonial de grandes proporções e inúmeras histórias para contar.
Cartagena são duas: a moderna, com prédios, hotéis e lojas que se encontram em qualquer parte do mundo, e a antiga, que só se encontra na Colômbia.
Tombada em 1984 pela Unesco, é recortada por uma baía azul, da cor do mar do Caribe. Mas, de uma das partes da muralha (que possui 13 km e cerca a Cidade Velha), percebe-se que Cartagena é ocre, apesar da profusão das cores das suas inúmeras fachadas.
O melhor ponto para apreciar o cenário -que fica completo com uma dose de rum com gelo, bebida de piratas e drinque nacional- é o Café Del Mar (www.cafedelmarco lombia.com), num dos extremos da muralha.
A cidade foi fundada em 1533 e se tornou o principal porto do império espanhol nas Américas. O lugar também foi um importante entreposto do comércio de escravos. A opulência do passado e a herança africana são bastante visíveis na cidade.

História presente
O casario, com os tradicionais balcões de madeira, típicos da arquitetura hispânica, estão por toda a parte, assim como as mulheres que vendem frutas.
Em Cartagena, as ruas são estreitas e tortuosas. Um ótimo pretexto para se perder (e logo se encontrar, já que a cidade histórica é pequena). O ponto mais agradável é o parque Bolívar, uma pequena praça arborizada, com quatro fontes d'água ao estilo mourisco e a estátua do libertador americano.
O lugar é endereço do palácio de la Inquisición. Atualmente, ele abriga um museu que expõe os instrumentos de tortura utilizados pelo Tribunal do Santo Ofício, no século 17. Ali também fica a Casa de la Moneda e a catedral.
Mas a igreja mais bonita é a de Santo Domingo, um belo exemplo do barroco espanhol. O prédio da Intendência (na plaza de los Coches) merece uma parada para fotos. Logo ao lado está a plaza de Bóvedas, em frente à torre del Reloj, a entrada principal da cidade.
O lugar é conhecido como portal de Dulces, pelos doces vendidos nas arcadas do prédio amarelo, que dá nome à praça. Embora a cozinha colombiana não seja das mais memoráveis, há bons restaurantes e bares.

Azul da cor do mar
Embora o mar azul seja parte inerente da paisagem de Cartagena, e o calor brutal, um convite constante para entrar na água, o forte da cidade balneária não são as suas praias. Dá para se arriscar no bairro de Bocagrande, mas o cenário paradisíaco do Caribe está preservado em ilhas próximas dali.
Na parte externa da muralha, próximo ao Centro de Convenções, o píer oferece vários serviços de ferryboat para as ilhas de Rosário, Barú e San Bernardo. Escolha o barco que sair primeiro -todas possuem areia branca, praias cristalinas e uma paisagem única.


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