São Paulo, Segunda-feira, 07 de Junho de 1999
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PF faz palestras a moradores

free-lance para a Folha

A Polícia Florestal tem um trabalho de integração constante com a comunidade: supervisiona, faz palestras na escola e conversa com os moradores. O sargento Dias confessa que mudar a cabeça de um caiçara que está há mais de 50 anos na região, acostumado a caçar e plantar, é muito mais difícil do que convencer as crianças a respeitar a natureza. É por essa ação conscientizadora que as crianças, entre outras coisas, não brincam mais de matar passarinho. Elas aprenderam e repetem: "Não pode porque a mãe natureza não gosta".
Os turistas que vão a Puruba têm o mesmo interesse em preservar a região. Muito raros (só aparecem no fim do ano e no Carnaval), preocupam-se com a ecologia, não fazem sujeira nem barulho. "Falar com eles sobre a possibilidade de cortar uma árvore pode dar briga", afirma Bahia (Maria Aparecida de Oliveira, 59, dona do único quintal que serve de camping).
É ela quem nos fala dos tucanos, que aparecem com frequência em Puruba, e das arapongas: "A gente acorda com o ouvido que não aguenta mais", reclama do canto do pássaro. Seu tio, Durval de Oliveira, 80, morador mais velho da vila e cego, conta que as únicas duas árvores de pau-brasil que conheceu foram derrubadas na construção da BR-101. "Naquela época havia ainda mais pássaros, mais peixes e animais." (DA)




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