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PF faz palestras a moradores
free-lance para a Folha
A Polícia Florestal tem um trabalho de integração constante com a
comunidade: supervisiona, faz palestras na escola e conversa com os
moradores. O sargento Dias confessa que mudar a cabeça de um
caiçara que está há mais de 50 anos
na região, acostumado a caçar e
plantar, é muito mais difícil do que
convencer as crianças a respeitar a
natureza. É por essa ação conscientizadora que as crianças, entre
outras coisas, não brincam mais de
matar passarinho. Elas aprenderam e repetem: "Não pode porque
a mãe natureza não gosta".
Os turistas que vão a Puruba têm
o mesmo interesse em preservar a
região. Muito raros (só aparecem
no fim do ano e no Carnaval),
preocupam-se com a ecologia, não
fazem sujeira nem barulho. "Falar
com eles sobre a possibilidade de
cortar uma árvore pode dar briga",
afirma Bahia (Maria Aparecida de
Oliveira, 59, dona do único quintal
que serve de camping).
É ela quem nos fala dos tucanos,
que aparecem com frequência em
Puruba, e das arapongas: "A gente
acorda com o ouvido que não
aguenta mais", reclama do canto
do pássaro. Seu tio, Durval de Oliveira, 80, morador mais velho da
vila e cego, conta que as únicas
duas árvores de pau-brasil que conheceu foram derrubadas na construção da BR-101. "Naquela época
havia ainda mais pássaros, mais
peixes e animais."
(DA)
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