São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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VELHA NOVA INGLATERRA

Museu lembra garotas que praticaram vodu no séc. 17

Em Salem, passado de caça às bruxas exorta à tolerância

Adalberto Leister Filho/Folha Imagem
Vista da enseada em Salem, local onde milionários mantêm iates para usar nas férias


DO ENVIADO ESPECIAL A MASSACHUSETTS (EUA)

Um dos episódios mais sanguinolentos da história norte-americana, a execução de 19 pessoas acusadas de bruxaria em Salem, hoje é pretexto para exaltar a tolerância. O Salem Witch Museum (Washington Square), na pequena Salem (25 km a norte de Boston), relembra essa história.
Em 1692, Elizabeth Parris, 9, e Abigail Willams, 11, começaram a apresentar comportamento estranho, com ataques convulsivos, estado de transe e gritos. Pouco depois, o fenômeno passou a se manifestar em outras jovens.
Investigadas pela comunidade local, descobriu-se que as meninas estavam influenciadas pela escrava Tituba, vinda de Barbados, que seguia rituais de vodu.
Tal fato assombrou uma comunidade puritana. As pessoas passaram a denunciar condutas anormais de parentes e vizinhos.
Estava lançada a caça às bruxas. Um tribunal foi instaurado para julgar os delitos. Após ouvir 150 acusados -a maioria mulheres-, os juízes condenaram 19 pessoas à forca. Até um cachorro não escapou à fúria da multidão.
Poucos anos depois, a comunidade reconheceu erros naqueles julgamentos. O acontecimento rendeu boas adaptações no cinema, como o filme "As Bruxas de Salem", de 1996, estrelado por Daniel Day-Lewis e Winona Ryder, com roteiro de Arthur Miller.
Na maior das salas do museu, estátuas de cera, que recriam o ambiente da época, encenam a história das bruxas de Salem. Uma voz "off" narra os fatos.
Na saída, um painel lembra que novas bruxas de Salem são recriadas de tempos em tempos, como o preconceito contra gays por causa da Aids ou a lista negra elaborada pelo Comitê de Atividades Antiamericanas nos anos 50.
Em Salem, economize algumas horas para visitar o Peabody Essex Museum (East India Square), que possui boa coleção de arte e de objetos que relembram a herança chinesa na região.
Para quem gosta de literatura, é essencial passar pela Casa das Sete Torres. Foi lá que Nathaniel Hawthorne (1804-1864) se inspirou para escrever o livro homônimo. Mas nem sob insistência a guia convence os brasileiros de que há -realmente- sete torres ali. Numa checagem, contamos só cinco. (ADALBERTO LEISTER FILHO)

Salem Witch Museum - tel: 00/xx/1/ 978/744-1692; ingresso: US$ 6,50 (adultos) e US$ 4,50 (de seis a 14 anos); www.salemwitchmuseum.com.
Peabody Essex Museum - tel: 00/xx/1/ 866/745-1876; funciona das 10h às 17h; ingresso: US$ 13 (adultos) e US$ 9 (estudantes); gratuito para menores de 16 anos. Casa das Sete Torres - Funciona das 10h às 19h; ingresso: US$ 11 (adultos), US$ 10 (acima de 65 anos) e US$ 7,25 (crianças de cinco a 12 anos).


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