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O litoral sul da Paraíba é a atual coqueluche do turismo no Estado. Com a construção da rodovia PB-008, de 48 km, concluída em fevereiro, o acesso às praias quase selvagens, entrecortadas por falésias e piscinas naturais, ficou fácil.
Partindo de João Pessoa, o roteiro começa na barra do Gramame, estuário onde o rio homônimo desemboca no mar, logo após a ponta do Seixas, o ponto mais oriental das Américas. Como em todo o litoral paraibano, coqueiros e falésias emolduram a paisagem. O turista pode se banhar nas águas escuras do rio ou nas águas azuis e verdes do mar.
Seguindo a viagem pelo litoral mais preservado e menos urbanizado do Estado, a próxima parada é a praia do Amor, início do distrito de Jacumã. O pequeno paraíso foi assim batizado porque os índios tabajaras oficializavam o casamento passando por dentro de uma abertura nas rochas -e, do outro lado, desfrutavam a lua-de-mel. Os outros índios ficavam proibidos de cruzar o arco no período do idílio amoroso.
O cenário das noites de amor tem uma pequena faixa de areia branca, entre as imponentes falésias e o mar de águas claras. Uma palhoça serve frutos do mar. Homens pescam no local em jangadas ou com arrastão.
Seguindo para o sul, Jacumã garante agito e movimento, pois é uma praia urbana, com bares e quiosques por toda a orla. Mas o sossego está a apenas 2 km, na praia de Tabatinga ("areia que canta"). Virou hit entre os paraibanos ricos, que começam a construir enormes casas no local.
Mas, por enquanto, continua quase intocada. Para aproveitá-la, o melhor é uma caminhada, cruzando a enseada, até a praia de Coqueirinho. De perto, as falésias adquirem tons alaranjados, rosas e cinzas da argila mesclados com o verde da vegetação. Os altos coqueiros, que dão nome à praia seguinte, completam o cenário.
Graças aos recifes de corais, que formam uma proteção natural, Coqueirinho possui águas calmas, ideais para a criançada. Quem estiver de bugue pode subir até a formação rochosa Dedo de Deus, um grande "indicador" apontando para a África, e apreciar a vista. O local já virou "namoródromo" à noite.
A próxima parada é Tambaba, primeira praia oficial de naturismo do Nordeste. Tem um mar repleto de rochas, que formam piscinas naturais. A praia tem duas partes: a opcional, onde se pode permanecer vestido, e a 100% naturista. A beleza da segunda incentiva o turista a tirar a roupa. Lá há uma pousada rústica, com bar e restaurante.
Tambaba tem regras de convivência que não permitem, por exemplo, comportamentos de caráter sexual. Também é proibida a entrada de homens desacompanhados de mulheres. Mas, quando a reportagem esteve na praia, foram vistas duplas de homens circulando sem problema.
O casal carioca Leonardo e Luciana (que não quiseram dar os nomes verdadeiros) frequenta a praia há quatros anos e conta que não tiraram a roupa na primeira vez. "Primeiro, ficamos na área opcional", conta Luciana. "Achávamos que todo mundo tinha o corpo perfeito, então ficamos um pouco intimidados." Depois que conversaram com o então presidente da Sonata (Sociedade Naturista de Tambaba, www.tambaba.com.br), aceitaram o desafio e agora dizem adorar a "sensação de liberdade".
(AUGUSTO PINHEIRO)