São Paulo, segunda, 8 de fevereiro de 1999

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MAMA ÁFRICA
Catarata da cidade explode no abismo
Victoria Falls dá um banho de aventura

da enviada especial à África

Duas ruas perpendiculares entre si, uma das três maiores cataratas da Terra e um trecho do rio Zambezi, cenário de esportes radicais como rafting e bungee jump e sossegados cruzeiros ao pôr-do-sol.
Isso é Victoria Falls, uma pequena cidade no extremo norte do Zimbábue, praticamente na fronteira com a Zâmbia. Apesar de ter uma infra-estrutura simples, oferece um turismo bem caro.
Caro não só pelo valor das inúmeras atividades oferecidas pelas agências locais, mas porque cobra para o turista entrar e sair.
Desde dezembro do ano passado, os brasileiros e outros estrangeiros devem pagar, no próprio aeroporto, US$ 30 pelo visto de entrada ao país.
Na saída, mais um imposto, a "departure tax". Trata-se de US$ 20 pagos em cheques de viagem ou em dólares. Por isso não se esqueça de reservar a quantia se estiver no final da viagem, para não ter de pagar o mico de fazer uma compra com cartão de crédito na pequena loja do aeroporto e pedir o troco em dólares.
Para que a viagem não fique ainda mais cara, é preciso ter cuidado na hora de trocar os dólares. Num único dia do mês de janeiro, a cotação do dinheiro norte-americano variava entre 32 e 42 dólares zimbabuanos, dependendo do local de troca ou do estabelecimento comercial que fazia a conversão.
Apesar de Victoria Falls ser mínima, é preciso de pelo menos dois dias para não deixá-la com a sensação de que faltou algo.
Quando montar sua agenda no local, o turista não pode se esquecer de incluir o rafting de dia inteiro no rio Zambezi (veja texto na pág. 8-9) e reservar uma manhã (ou tarde) para caminhar pela reserva natural das cataratas de Vitória, cujo ingresso custa US$ 10 por pessoa.
Logo na entrada, dezenas de vendedores ambulantes oferecem capas impermeáveis e guarda-chuvas. Isso porque a água das cataratas cai com tanta energia, que espirra nos seus espectadores como se fosse uma garoa. Ao mesmo tempo, algumas gotículas, com mais energia, evaporam logo que alcançam o fundo do vale, formando uma nuvem constante em determinadas regiões. Em alguns pontos, portanto, a capa de chuva tem utilidade em qualquer horário e época do ano.
O parque possui diversas ruelas de pedras em meio a uma vegetação praticamente virgem. Todas levam os turistas a "sacadas naturais", que oferecem diferentes ângulos dessa cortina de água de 1.700 m de extensão, a maior do mundo. Na saída da reserva natural, nada de lojas de suvenires ou cafés. Apenas um pequeno museu com mapas da região, lendas sobre os animais africanos (hipopótamos, hienas etc.) e informações sobre as cataratas.
A monstruosa queda d'água também pode ser apreciada de um helicóptero, num passeio que custa US$ 65 e dura 13 minutos se comprado na Shearwater.
De cima, é possível ver claramente como é liso e tranquilo o fluxo d'água do rio antes de ele explodir no abismo, como uma gigantesca pororoca.
Também é possível perceber com nitidez a súbita fenda existente na crosta terrestre, como se a Terra tivesse rachado exatamente na região do rio Zambezi e suas águas expressassem sua revolta arrebentando no fundo da garganta.
(MARISTELA DO VALLE)



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