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MAMA ÁFRICA
Catarata da cidade explode no abismo
Victoria Falls dá um banho de aventura
da enviada especial à África
Duas ruas perpendiculares entre
si, uma das três maiores cataratas
da Terra e um trecho do rio Zambezi, cenário de esportes radicais
como rafting e bungee jump e sossegados cruzeiros ao pôr-do-sol.
Isso é Victoria Falls, uma pequena cidade no extremo norte do
Zimbábue, praticamente na fronteira com a Zâmbia. Apesar de ter
uma infra-estrutura simples, oferece um turismo bem caro.
Caro não só pelo valor das inúmeras atividades oferecidas pelas
agências locais, mas porque cobra
para o turista entrar e sair.
Desde dezembro do ano passado, os brasileiros e outros estrangeiros devem pagar, no próprio aeroporto, US$ 30 pelo visto de entrada ao país.
Na saída, mais um imposto, a
"departure tax". Trata-se de US$
20 pagos em cheques de viagem ou
em dólares. Por isso não se esqueça
de reservar a quantia se estiver no
final da viagem, para não ter de pagar o mico de fazer uma compra
com cartão de crédito na pequena
loja do aeroporto e pedir o troco
em dólares.
Para que a viagem não fique ainda mais cara, é preciso ter cuidado
na hora de trocar os dólares. Num
único dia do mês de janeiro, a cotação do dinheiro norte-americano
variava entre 32 e 42 dólares zimbabuanos, dependendo do local de
troca ou do estabelecimento comercial que fazia a conversão.
Apesar de Victoria Falls ser mínima, é preciso de pelo menos dois
dias para não deixá-la com a sensação de que faltou algo.
Quando montar sua agenda no
local, o turista não pode se esquecer de incluir o rafting de dia inteiro no rio Zambezi (veja texto na
pág. 8-9) e reservar uma manhã
(ou tarde) para caminhar pela reserva natural das cataratas de Vitória, cujo ingresso custa US$ 10 por
pessoa.
Logo na entrada, dezenas de vendedores ambulantes oferecem capas impermeáveis e guarda-chuvas. Isso porque a água das cataratas cai com tanta energia, que espirra nos seus espectadores como
se fosse uma garoa. Ao mesmo
tempo, algumas gotículas, com
mais energia, evaporam logo que
alcançam o fundo do vale, formando uma nuvem constante em determinadas regiões. Em alguns
pontos, portanto, a capa de chuva
tem utilidade em qualquer horário
e época do ano.
O parque possui diversas ruelas
de pedras em meio a uma vegetação praticamente virgem. Todas
levam os turistas a "sacadas naturais", que oferecem diferentes ângulos dessa cortina de água de
1.700 m de extensão, a maior do
mundo. Na saída da reserva natural, nada de lojas de suvenires ou
cafés. Apenas um pequeno museu
com mapas da região, lendas sobre
os animais africanos (hipopótamos, hienas etc.) e informações sobre as cataratas.
A monstruosa queda d'água
também pode ser apreciada de um
helicóptero, num passeio que custa US$ 65 e dura 13 minutos se
comprado na Shearwater.
De cima, é possível ver claramente como é liso e tranquilo o fluxo
d'água do rio antes de ele explodir
no abismo, como uma gigantesca
pororoca.
Também é possível perceber
com nitidez a súbita fenda existente na crosta terrestre, como se a
Terra tivesse rachado exatamente
na região do rio Zambezi e suas
águas expressassem sua revolta arrebentando no fundo da garganta.
(MARISTELA DO VALLE)
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