São Paulo, segunda, 8 de fevereiro de 1999

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POR DENTRO DO CARNAVAL
Salvador tem mais de 22 km de folia

JOSÉLIA AGUIAR
em Salvador

Quem escolher Salvador neste Carnaval encontrará a maior festa em horas, quilômetros e animação do país -como costumam vangloriar-se os baianos e opor-se veementemente os pernambucanos.
Dizer que Salvador pára no Carnaval não é exagero. O trânsito em 22 km é interrompido para que ruas e avenidas sejam ocupadas pelos foliões em sete dias da festa -que começará a partir das 20h desta quarta-feira e só terminará, a contragosto, na manhã da próxima quarta-feira, a de cinzas, dia 17.
Um impasse se prolonga há vários anos na cidade entre as entidades carnavalescas e a Arquidiocese de Salvador, que sempre quis limitar a folia pagã até a noite de terça-feira. Mas é difícil convencer a multidão a acabar tudo à meia-noite e voltar para casa.
A festa reúne uma média de 2 milhões de pessoas diariamente nas ruas, segundo a Emtursa, órgão de turismo de Salvador. Em 98, participaram 192 entidades carnavalescas, entre afoxés, blocos afro, infantis, de percussão e de trios elétricos, e um total de 6.916 artistas.
O Carnaval se estende por três circuitos: o Osmar, o Dodô e o Batatinha -os nomes homenageiam a dupla que inventou o trio elétrico e um sambista baiano, os três já falecidos. Além disso, vários bairros fora dos circuitos têm palcos próprios para a festa.
O circuito Osmar é o mais tradicional e também o que reúne mais gente. O desfile oficial dos blocos começa no domingo, a partir das 11h, no Campo Grande, passa pela avenida Sete de Setembro, pelas praças da Sé e Municipal, e se estende até a madrugada.
Com tanta multidão quanto o Osmar, o circuito Dodô reúne os chamados blocos alternativos -que desfilam entre a quarta-feira e o sábado- e também alguns dos blocos tradicionais. Outro atrativo desse trecho é que ele abrange duas concorridas praias da cidade, a da Barra e a de Ondina.
O circuito Batatinha, no Centro Histórico, reúne afoxés, blocos afro e de percussão, além de mascarados e, não raramente, músicas de carnavais antigos.
O Carnaval de Salvador também tem uma opção para quem não gosta de carnaval -o Palco do Rock, um festival que será realizado em 99 pelo sexto ano consecutivo, na praia de Piatã. Na última edição, o evento reuniu as principais bandas do gênero da cidade e grupos de dez Estados brasileiros, com 10 mil pessoas por dia.
As opções para quem vai brincar nas ruas é comprar um abadá -a roupa permite o ingresso dentro das cordas dos blocos- ou assistir a festa de arquibancadas, camarotes ou mesas de pista. Alguns dos desfiles que não se deve perder são os do afoxé Filhos de Gandhy, o dos blocos afro Ilê Aiyê e Olodum e o da Timbalada.



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