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POR DENTRO DO CARNAVAL
Salvador tem mais de 22 km de folia
JOSÉLIA AGUIAR
em Salvador
Quem escolher Salvador neste
Carnaval encontrará a maior festa
em horas, quilômetros e animação
do país -como costumam vangloriar-se os baianos e opor-se veementemente os pernambucanos.
Dizer que Salvador pára no Carnaval não é exagero. O trânsito em
22 km é interrompido para que
ruas e avenidas sejam ocupadas
pelos foliões em sete dias da festa
-que começará a partir das 20h
desta quarta-feira e só terminará, a
contragosto, na manhã da próxima quarta-feira, a de cinzas, dia 17.
Um impasse se prolonga há vários anos na cidade entre as entidades carnavalescas e a Arquidiocese
de Salvador, que sempre quis limitar a folia pagã até a noite de terça-feira. Mas é difícil convencer a
multidão a acabar tudo à meia-noite e voltar para casa.
A festa reúne uma média de 2 milhões de pessoas diariamente nas
ruas, segundo a Emtursa, órgão de
turismo de Salvador. Em 98, participaram 192 entidades carnavalescas, entre afoxés, blocos afro, infantis, de percussão e de trios elétricos, e um total de 6.916 artistas.
O Carnaval se estende por três
circuitos: o Osmar, o Dodô e o Batatinha -os nomes homenageiam
a dupla que inventou o trio elétrico
e um sambista baiano, os três já falecidos. Além disso, vários bairros
fora dos circuitos têm palcos próprios para a festa.
O circuito Osmar é o mais tradicional e também o que reúne mais
gente. O desfile oficial dos blocos
começa no domingo, a partir das
11h, no Campo Grande, passa pela
avenida Sete de Setembro, pelas
praças da Sé e Municipal, e se estende até a madrugada.
Com tanta multidão quanto o
Osmar, o circuito Dodô reúne os
chamados blocos alternativos
-que desfilam entre a quarta-feira e o sábado- e também alguns
dos blocos tradicionais. Outro
atrativo desse trecho é que ele
abrange duas concorridas praias
da cidade, a da Barra e a de Ondina.
O circuito Batatinha, no Centro
Histórico, reúne afoxés, blocos
afro e de percussão, além de mascarados e, não raramente, músicas
de carnavais antigos.
O Carnaval de Salvador também
tem uma opção para quem não
gosta de carnaval -o Palco do
Rock, um festival que será realizado em 99 pelo sexto ano consecutivo, na praia de Piatã. Na última
edição, o evento reuniu as principais bandas do gênero da cidade e
grupos de dez Estados brasileiros,
com 10 mil pessoas por dia.
As opções para quem vai brincar
nas ruas é comprar um abadá -a
roupa permite o ingresso dentro
das cordas dos blocos- ou assistir
a festa de arquibancadas, camarotes ou mesas de pista. Alguns dos
desfiles que não se deve perder são
os do afoxé Filhos de Gandhy, o
dos blocos afro Ilê Aiyê e Olodum e
o da Timbalada.
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