São Paulo, segunda, 8 de junho de 1998

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DRIBLE A COPA
Para aprender a língua, converse com a família que o acolhe nas horas descontraídas
Fale francês longe dos brasileiros do Eurocentre da cidade de La Rochelle, que organiza passeios para os estudantes

da enviada especial à França

La Rochelle ainda não foi invadida pelos brasileiros, o que a torna uma cidade ideal para quem deseja realmente aprender francês.
É interessante que o aluno viaje já com alguma noção da língua. Se ele chega à cidade sem saber pedir um café, fica desesperado e acaba se apoiando no inglês. Com esse comportamento, o francês pode ficar esquecido.
Mas nada disso acontece quando o aluno foge dos estudantes mais acomodados na escola de línguas e conversa bastante com os membros da família que o hospeda. O melhor momento para isso é o do jantar. Num ambiente descontraído, regado a muito vinho e queijo, o estrangeiro pode contar tudo sobre sua vida e seu país.
E não deixe a falta de vocabulário intimidá-lo. Às vezes funciona falar a palavra desconhecida em português, tornando-a oxítona. As duas línguas latinas têm muitas palavras parecidas. Se não der certo, o inglês pode ser usado como subterfúgio, mas sem abuso.
No Eurocentre de La Rochelle, os módulos (cursos vespertinos pagos à parte) ajudam a melhorar o vocabulário e a conhecer a França. No curso de civilização francesa, professor e alunos discutem temas como política, imprensa, francofonia, festas e tradições.
Para aprimorar o vocabulário gastronômico, há o módulo de cozinha francesa e degustação de vinhos. Os alunos fazem os pratos juntos e depois o experimentam, sempre com a companhia de um vinho. Apelidado por alguns alunos como módulo "manger, boire" (comer, beber), o curso faz aquele que nunca fritou um ovo perder o medo do fogão.
No almoço diário, porém, o Eurocentre deixa a desejar. A escola oferece apenas sanduíches, iogurtes e doces. Os alunos que gostam de comer algo mais substancial nessa refeição devem procurar os escassos restaurantes do bairro.
Um deles é o Catacrepe, a cinco minutos de caminhada da escola. O "gallete" (tipo de crepe) com frutos do mar tem molho de creme de leite e custa cerca de R$ 6. O local também serve saladas.
Não é preciso se preocupar tanto com a silhueta em La Rochelle quando se adota a bicicleta como meio de transporte. O aluguel no Eurocentre custa cerca de R$ 60 para um período de três semanas.
Internet
Além dos almoços, outra deficiência do Eurocentre local atinge os alunos que querem se comunicar pela Internet com os amigos. A escola tem apenas um computador para esse fim. Os interessados em utilizá-lo ficam horas na fila para enviar e receber mensagens.
Enquanto espera, o estudante pode ficar na "médiethèque" da escola. Lá é possível fazer exercícios de gramática nos computadores, utilizar os gravadores para melhorar a pronúncia, ler ou simplesmente fazer as lições de casa.
Além das tarefas, outros métodos pedagógicos usados são vídeos, músicas e reportagens de rádio. Os alunos conversam sobre o que ouviram, fazem trabalhos e exercícios. Cada classe tem entre 12 e 15 alunos. As turmas são definidas no primeiro dia do estágio, quando cada aluno faz um teste para definir seu nível de francês.
( MARISTELA DO VALLE)

Eurocentre de La Rochelle - Curso de quatro semanas custa US$ 1.898, com acomodação em casa de família, jantar e café da manhã. Na STB: (011) 870-0555.

Catacrepe -
Tel. local: 0546-443917.



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