São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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EM AÇÃO

Setor em franco crescimento no Brasil oferece pelo menos 30 modalidades de esportes praticados ao ar livre

Aventura na natureza exige risco calculado

Chiaki Karen/Folha Imagem
Condutor atravessa rio a cavalo em passeio na região de Santa Rita de Jacutinga, em Minas Gerais


CHIAKI KAREN TADA
DA REPORTAGEM LOCAL

Doses de adrenalina e "overdose" de segurança; mosquetão, cordas, "cadeirinha" e capacete. São palavras frequentes no vocabulário de quem pratica esportes de aventura na natureza, em busca de emoções diferentes das do trânsito de final de expediente oferecidas pelas grandes cidades.
O turismo de aventura é um setor que ainda carece de números, mas alguns sinais indicam que a atividade está crescendo.
Hoje a Embratur tem cerca de 30 modalidades de esportes de aventura identificadas. Elas acontecem no ar, como parapente e asa-delta, na água, como rafting e mergulho, e na terra, como trekking e rapel. Há os mais radicais, que exigem preparo físico e cursos, e os que podem ser feitos por praticamente qualquer um.
Em oficina realizada pela Embratur em 2001 em Caeté (MG), o turismo de aventura foi definido como "segmento do mercado turístico que promove a prática de atividade de aventura e esporte recreacional ao ar livre, que envolve emoções e riscos controlados, exigindo o uso de técnicas e equipamento específicos, a adoção de procedimentos para garantir segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio ambiental e sociocultural".
Emoção e riscos controlados são itens que diferenciam o turismo de aventura do ecoturismo, que é mais contemplativo, embora ambos tenham a natureza como cenário comum.
Um exemplo do crescimento do turismo de aventura são os números da Adventure Sports Fair, feira anual do setor que acontece em São Paulo desde 99, quando recebeu 42 mil visitantes, contra um público estimado de 95 mil para este ano. (Leia mais nesta pág.)
Outro indicativo é o setor de equipamentos, vestuário e calçados para aventura ao ar livre. Segundo Sérgio Bernardi, diretor da Promotrade, que organiza a feira, a área movimenta US$ 250 milhões por ano no país e em 2000 mostrava crescimento de 20%. A desvalorização do real também favoreceu empresas nacionais, que cresceram no mercado.
Nessa onda de aventuras, a segurança e o impacto ambiental que envolvem essas atividades preocupam órgãos oficiais, ONGs e empresas, e há movimentos em busca do estabelecimento de regras e padrões de qualidade dos serviços (leia mais na pág. F3).
Enquanto não existem normas precisas, o turista precisa se prevenir da melhor forma possível para não cair de pára-quedas em uma aventura de Rambo quando só queria experimentar um rafting para iniciantes.
Segundo o Procon (tel. 1512), o turista de aventura deve procurar agências especializadas e se informar para ver se tem condições físicas de praticar a atividade. Em caso de ocorrer algo diferente do acordado, o órgão de defesa do consumidor sugere fotografar os locais que não estão como o combinado e trocar telefones e dados com outros participantes.



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