DA ENVIADA ESPECIAL A BROTAS

É a chance de se sentir em um campo de treinamento militar. Ou qualquer coisa do tipo. No Verticália, circuito acrobático entre copas de árvores montado pela Alaya Expedições em Brotas, cinco conjuntos totalizando 36 atividades diferentes compõem uma aventura nas alturas.
Anda-se ora sobre toras de madeira, ora sobre cabos de aço, ora por um túnel de tambores. Tudo a uma altura que varia de 3 m a 10 m do chão. Trata-se de um tipo de arvorismo, mas, apesar do nome da modalidade, esta não acontece necessariamente na copa das árvores (para não cortá-las ou agredi-las), mas na altura e entre elas. O circuito de Brotas é apoiado em postes de eucalipto.
O grau de dificuldade aumenta a cada conjunto, e o visitante tem a opção de ir até o fim ou parar quando achar que já se aventurou o suficiente.
O equipamento consiste em capacete, mosquetões, polia e cadeirinha de cordas. O desafio inicial é aprender a usá-lo. Um mosquetão ligado por uma corda à cintura do visitante é preso com uma polia em um cabo que passa sobre as seções. É a garantia de que o visitante não irá se estatelar no chão caso se desequilibre. Um segundo mosquetão é usado quando é preciso soltar o primeiro.
Quem faz tudo isso é o próprio participante, diferentemente de esportes nos quais o instrutor tem um papel mais ativo.
Depois de aprender a usar o equipamento, o turista começa a andar pelo circuito. Um mosquetão aqui, outro ali, e em breve a curiosidade em descobrir qual o desafio seguinte começa a aumentar. A atividade inteira dura cerca de duas horas e meia e exige concentração e equilíbrio o tempo inteiro, o que pode cansar tanto quanto o esforço físico.
Em caso de ataque súbito de medo, não tenha dúvidas: chame um dos instrutores -que do chão acompanham os movimentos do turista- e peça uma ajuda, que pode ser desde descê-lo ao solo ou guiá-lo pelo trecho seguinte.
É preciso ter mais de 1,40 m de altura para participar do Verticália. Para crianças, há o Verticalinha, um minidesafio, mais baixo, criado para entreter a garotada.
Segundo Jean-Claude Razel, criador do Verticália, a atividade tem atraído a atenção de empresas para treinamento de executivos, e são estes que ocupam o sítio de cinco alqueires, onde o circuito está montado, durante a semana.
A Alaya tem recebido propostas para criar outros circuitos pelo país, e Razel pretende espalhar a marca. Há projetos para o sul de Minas, Mato Grosso e Rio.
Segundo Razel, o arvorismo surgiu na Costa Rica, com caráter mais contemplativo, para observar a natureza. O primeiro circuito acrobático surgiu na França, seguido de Nova Zelândia e Brasil. (CHIAKI KAREN TADA)