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Golfe ainda é para elite, diz arquiteto
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerado o melhor construtor de campos de golfe no Brasil, o
americano Dan Blankenship, 42,
mora há nove anos no país e aqui
projetou oito circuitos, dentre os
quais os de Comandatuba, no hotel Transamérica, e o de Trancoso,
também na Bahia, que será inaugurado no ano que vem. Golfista
desde os sete anos, Dan, como é
conhecido, diz que é preciso ter
mais espaço público para que o
golfe cresça no Brasil.
(MARGARETE MAGALHÃES)
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Folha - Como saber se o campo é
bom? Qual a área necessária?
Dan Blankenship - Campo bom
tem que ter variedade. Lago, banco de areia, diferentes elevações.
Um campo de golfe de 18 buracos
com "driving range" para treinar
precisa de cerca de 600 mil metros
quadrados. Tem campos de nove
buracos, o meio-campo, mas não
dá para ter uma competição, porque é preciso ter 18 buracos.
Folha - Existe diferença entre os
campos?
Blankenship - Todo campo é diferente. O campo de Comandatuba é em frente do mar, tem plantação de coqueiros, totalmente diferente de um projeto em Curitiba. Um campo do lado do mar é
sempre interessante. O projeto
em Trancoso é do lado da falésia,
50 m acima do mar, com vista espetacular, mas dá para criar campo bonito em qualquer lugar.
Folha - Quanto custa para manter
um campo e para construí-lo?
Blankenship - A manutenção de
um campo de 18 buracos, com nível internacional de manutenção,
custa mais ou menos US$ 1.000
por buraco. Dá cerca de US$ 20
mil por mês. Para construir um
campo de 18 buracos, depende da
área, do desejo do cliente. O campo bem-feito, com máquinas, manutenção certa, vai de US$ 2,5 milhões a US$ 3,5 milhões.
Folha - Há grama especial?
Blankenship - Usamos grama
bermuda híbrida, importada originalmente dos EUA, da Geórgia.
É uma grama perfeita para esse
clima. Cresce bem fechada, bem
bonita. É boa para o jogo. Essa
grama é boa em países de clima
quente. No Japão, não dá para
usar, porque eles têm uma época
de muito frio, com neve. Tem dois
tipo de grama, para climas frio e
quente. No Brasil, usamos só um
tipo de grama.
Folha - Há possibilidade de mais
pessoas jogarem golfe no Brasil?
Blankenship - Neste momento é
só para elite, mas, com o tempo,
isso deve mudar. Nos EUA, temos
quase 30 milhões de golfistas, porque tem uma classe média enorme. Há muitos campos públicos.
O Brasil tem pouco mais de 80
campos de golfe, todos particulares. É caro. Com o tempo, vamos
criar campos públicos, mais "ranges" [áreas para treino] para mais
pessoas poderem jogar.
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