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Para golfista, prática demora a crescer no país
DO ENVIADO ESPECIAL
Líder do ranking brasileiro profissional, o gaúcho Rafael Barcellos, 32, tem uma visão do golfe no
país própria de quem vive do esporte desde que se profissionalizou, em 1992. "O mercado interno
ainda está parado."
Há três anos, cansado de ver a
conta zerar no fim do mês -o
que ganhava nos torneios gastava
para jogar-, aceitou o convite de
um clube de São Paulo, deixou o
Sul e veio dar aulas. "Foi a única
maneira de alcançar a independência financeira."
Alguns dias após vencer a segunda etapa consecutiva do circuito brasileiro -ele ganhou em
julho seu primeiro título como
profissional, após ser vice-campeão 15 vezes-, Barcellos conversou com a Folha enquanto ensinava crianças em um evento no
clube.
(MSK)
Folha - Você disputa os principais
torneios do país desde o fim dos
anos 80. Acha que a modalidade
mudou muito desde então?
Rafael Barcellos - A situação é
quase a mesma. Nos campos, hoje
temos só algumas opções a mais
para jogar do que naquela época.
O golfe ainda vai demorar um
pouco para crescer no Brasil, embora tenha potencial.
Folha - O que falta para o crescimento interno do golfe?
Barcellos - Falta incentivo fiscal
do governo para atrair empresas
para as competições. E campos
públicos. Esse apoio deveria ser
para todas as modalidades, que
sentem a falta de estrutura, de locais para a prática.
Folha - Você conhece os resorts e
os hotéis que possuem ou oferecem campos no Brasil?
Barcellos - O melhor é o de Comandatuba, que é bem cuidado.
Em outros campos falta manutenção. Na Costa do Sauípe (BA) e
em Angra dos Reis (RJ), a grama
estava malconservada. É complicado construir um campo do zero, você não sabe se vai ter retorno
e gasta muito para mantê-lo em
boas condições.
Folha - Em 2004, três campos ligados ao turismo serão inaugurados. O que mais atrai o turista?
Barcellos - São os bons campos.
Um golfista vai ficar uma semana
em um hotel para jogar todos os
dias. Se o campo não for bom, não
volta nunca mais. Sabe o que
atrairia também? Cassino. Muito
mais gente viria para cá se houvesse as duas opções juntas.
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