São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TERRA DE GIGANTES

Músicas ajudam turista a compreender a língua, que, por sua vez, o auxilia a compreender os nativos

"Arriscar" no rapanui facilita integração

DO ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE PÁSCOA

A língua nativa vananga rapanui é bastante falada pelos 3.000 habitantes da ilha de Páscoa. Conhecer um pouco dela é a melhor maneira de conquistar a amizade e compreender os sentimentos e o modo de vida dessa comunidade.
O idioma pertence à família de línguas malaio-polinésia, que abrange desde a Indonésia até o Pacífico Sul. O rapanui é compreendido pelos havaianos e marquesanos da Polinésia Francesa, outro forte sinal sobre a colonização da ilha.
O alfabeto tem somente 14 letras: A, E, H (tem o som forte, como no inglês "house"); I, K, M, N, NG (representam um fonema único anasalado, como no inglês "song"); O, P, R (tem o som fraco, tal qual na palavra arara); T, U e V, além de apóstrofe, sinal que produz um som gutural oclusivo, de ataque.
Levar um rádio portátil para a ilha pode propiciar uma boa diversão ao sintonizar as músicas típicas na Manukena FM (88.9 MHz), a única rádio local.
Para se integrar mais rapidamente, é bom saber algumas frases úteis. Os nativos brincam, por exemplo, que não existia por favor em rapanui. Eles diziam ariki (rei). Porque rei não pede, manda!
Aos sábados à noite o grupo folclórico Kari Kari apresenta um espetáculo cultural exótico, na língua nativa, que deixa marcado o orgulho que os nativos têm de suas tradições.
As lendas do Tangata Manu e do Akiri Hotu Matu'a, entre outras, são contadas em danças de hula-hula e músicas típicas. Adultos, jovens e crianças em trajes polinésios e pintura corporal relembram um passado cheio de histórias, que são repassadas com orgulho à nova geração da ilha.
As tatuagens de símbolos sagrados em várias partes do corpo também representam o apreço que esse povo tem pela tradição.
E quem quiser praticar a língua pode cantar a música do grupo nativo Matato'a, que fala das ondas gigantes de Papa Tangaroa. (GUSTAVO ROTH)


Texto Anterior: Terra de gigantes: Cultura nativa renasceu no séc. 20
Próximo Texto: Sábado à noite, agito precisa ser descoberto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.