São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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MIAMI DE SALTO ALTO

Região não pára de investir muito em hotéis, spas e shoppings de ótimo padrão

Obras incrementam roteiro de luxo

Divulgação/GMCVB
Vista da Ocean Drive ao anoitecer, com os predinhos art déco de South Beach (SoBe), que abrigam hotéis, restaurantes, casas noturnas e lojas à beira-mar


NOELI MENEZES SOARES
ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

O 3º Festival de Vinho e Gastronomia de Miami, de 5 a 7 de março, é uma prova de que a fonte de recursos destinados a investimentos em turismo de luxo não dá sinais de esgotamento na cidade. Segundo pesquisa do Greater Miami Convention & Visitors Bureau (órgão de fomento turístico, www.gmcvb.com), se depender da demanda, esse tipo de serviço terá vida longa.
O levantamento mostrou que, em 2002, 10,2 milhões de visitantes geraram um impacto direto de US$ 11,8 bilhões na economia da Grande Miami, que reúne Miami Beach e Miami City. A pesquisa, divulgada em 2003, revela que 81,6% dos turistas ficaram hospedados em hotéis ou spas.
Endinheirados principalmente dos EUA (52%) e da América do Sul (42%) são atraídos por shoppings que não deixam nada a desejar se comparados a redes européias nos quesitos lojas de grife e preço nas alturas. Hotéis com diárias mínimas de em média US$ 350, com conforto suficiente para "encarcerar" o hóspede sem resistência, e restaurantes de culinária variada também fazem parte do cotidiano da Grande Miami.
Apesar das dificuldades para a obtenção de visto e da diminuição do fluxo de turistas aos EUA, a prosperidade salta aos olhos. A construção civil está a todo vapor e carros de luxo congestionam o trânsito. Os investimentos nos mais recentes hotéis cinco estrelas somam US$ 750 milhões. Em outubro do ano passado, o Four Seasons, projeto de US$ 350 milhões, abriu as portas na Brickell Avenue, em "downtown". Já o Ritz-Carlton usou o pretexto da virada do ano para festejar seu estabelecimento em Miami Beach, que custou US$ 200 milhões. O mesmo montante está sendo investido no Conrad, que deve ser aberto em março, também na Brickell.

Ícones restaurados
Os recursos gastos em 2003 em reformas de reconhecidos ícones de elegância em Miami Beach também não são desprezíveis. O Fontainebleau Hilton empregou US$ 65 milhões para restaurar seus 920 quartos e lobbies. Em Coral Gables (região metropolitana de Miami), o histórico hotel Biltmore concluiu uma reforma que demorou dez anos e consumiu US$ 40 milhões. Já o premiado Mandarin Oriental, na ilha Brickell, classificado por dois anos consecutivos como "cinco diamantes" pela AAA (American Automobile Association), foi inaugurado em 2000 e, como ainda não precisa de reforma, investiu na construção de uma praia artificial cercada por palmeiras à beira-mar ao lado da sua piscina. Fazendo jus às raízes asiáticas, o hotel é decorado com mobiliário no estilo oriental -camas exóticas com almofadas brancas e dosséis com material tailandês.

Início de tudo
Ligadas pela ponte MacArthur, Miami City e Miami Beach trilharam um centenário caminho de altos e baixos até virarem um próspero destino turístico.
A Grande Miami só foi reconhecida oficialmente como cidade e conectada ao resto do território norte-americano em 1896, quando Henry Flager levou a ferrovia para lá. A vocação turística aflorou em 1913, ano em que o empresário Carl Fisher criou uma praia em Miami Beach usando dragas.
Na década de 1920, o loteamento de Coral Gables feito por George Merrick deu novo fôlego à região, que ganhou o hotel Biltmore, construído em 1926, e a torre da Liberdade, inspirada na torre Giralda, de Sevilha (Espanha), em frente ao porto.
A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, levou a cidade à decadência, e ela só se recuperaria nas décadas de 1930 e 1950, com a construção de mais de 800 prédios em Miami Beach em estilo art déco. Essa região foi tombada em 1979, depois de passar por mais um período de empobrecimento, nos anos 1960 e 1970.
Hoje, a Ocean Drive, na região conhecida por SoBe e residência desses edifícios, é roteiro obrigatório de quem visita a cidade. As cores e as formas da interpretação local dada ao estilo art déco são uma boa desculpa para um passeio a pé pela região.


Noeli Menezes Soares viajou a convite do Greater Miami Convention & Visitors Bureau.


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