São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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MIAMI DE SALTO ALTO

Arte contemporânea com sotaque espanhol convive com casarão inspirado em castelos italianos

Museus mostram face cultural da cidade

Divulgação
Jardim da Casa Viscaya, construída por mais de mil pessoas e tida como um dos tesouros de Miami


DA ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

Quem enxerga Miami como um playground cheio de tentações ao consumo não está totalmente errado, mas é preciso reconhecer um grande esforço feito pela cidade para firmar uma identidade cultural, marcada principalmente pela influência hispânica. Festivais e museus dão mostras de que o local tem muito a ensinar e a exibir sobre sua arte, história e população.
Em Miami Beach, no bairro art déco de South Beach, o Museu Wolfsonian (www.wolfsonian.fiu.edu) abriga os trabalhos de Mitchell Wolfson Jr. e possui uma coleção imensa de design.
São mais de 70 mil peças, entre móveis, objetos de desenho industrial, de vidro, de cerâmica e de metal, além de livros raros, periódicos, biografias e telas.
Os trabalhos têm origem européia e norte-americana e datam do período entre os anos de 1885 e 1945 (1.001 Washington Avenue, tel. local 305/531-1001).
Entretanto, para ter uma visão geral da arte contemporânea de Miami, a dica é visitar o Museu de Arte Contemporânea, o MoCa (www.mocanomi.org), projetado pelo arquiteto Charles Gwathmey, e que fica no norte da cidade (770 NE 125 Street, tel. local 305/ 893-6211). Destaque para a exposição da nova-iorquina Inka Essenhigh, que vai até o próximo domingo. A mostra tem 16 telas e trabalhos inéditos em papel.
Mais ao sul da cidade, o Museu de Arte de Miami (www.miamiartmuseum.org) faz parte do Centro Cultural de Miami Dade (101 West Flagler Street. tel. local 305/375-3000) e expõe obras datadas a partir de 1940. Antes um local de exposições temporárias, desde 1996 o museu tem trabalhado duro para estabelecer sua coleção permanente.
Vizinho do MAM, o Museu Histórico do Sul da Flórida (www.historical-museum.org) esboça as raízes da comunidade local com mostras interativas.
O centro cultural abriga também a Biblioteca Pública de Miami Dade e o Centro de História da Mídia Louis Wolfson 2º.

Túnel do tempo
Em Coconut Grove, a Casa Viscaya (www.viscayamuseum.com) é tida como um tesouro pelos moradores de Miami.
O lugar não tem nada de contemporâneo. Pelo contrário, seu idealizador, o industrial James Deering, inspirou-se em palácios italianos e optou por decorar cada ambiente em estilo de épocas que variam do século 2º a.C. ao 19 d.C.
A casa foi construída por mais de mil pessoas, de 1914 a 1916, e projetada pelos arquitetos F. Burrall Hoffman Junior e Paul Chalfin. Os jardins foram concebidos por Diego Suarez. Deering aproveitou a época da Primeira Guerra (1914-18) para obter esculturas, telas, mobiliário, portas e até paredes inteiras de castelos italianos.
Já na entrada, uma estátua de mármore do deus Baco, datada do século 2º a.C., é mostra de que o industrial, que morreu em 1925, foi longe na busca de objetos para a casa. Quem quiser saber cada detalhe dos cômodos deve agendar uma visita guiada (3.251 South Miami Avenue, tel. local 305/250-9133).
(NOELI MENEZES SOARES)


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