São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2001

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ECOLOGIA

Evento pode prejudicar reprodução dos cetáceos

Festival de observação de baleias no Equador tem controle do governo

DA REDAÇÃO

Começou na semana passada o 3º Festival de Observação de Baleias Jubartes na cidade de Puerto López, no oceano Pacífico, no sudoeste do Equador. Mas este ano o governo deverá fazer um controle sobre a atividade com o objetivo de não perturbar a reprodução dos animais. Calcula-se que a cada ano cheguem cerca de 300 baleias vindas da Antártida.
A presença das baleias jubartes tem proporcionado uma série de atividades turísticas no país, que tem reativado a economia de várias Províncias costeiras, como Manabí (onde está localizada Puerto López) e Esmeraldas.
Ecologistas e cientistas sustentam que as jubartes poderiam se prejudicar com um turismo indiscriminado e explicam que molestá-las em seu habitat pode ameaçar sua espécie, pois seu comportamento no litoral do país está relacionado à reprodução.
Os cetáceos já mudam seu comportamento quando estão na frente de lanchas, principalmente nos saltos e na forma como respiram fora d'água.
As alterações ocorrem por operações turísticas mal realizadas, como perseguição de barcos às baleias, que muitas vezes separam mães e filhotes. O barulho dos motores dos barcos atrapalha a comunicação dos animais, realizada por meio de cantos, segundo Andris Baquero, coordenador do projeto de Parques em Perigo da ONG Fundação Natura. As baleias dependem da comunicação para procurar alimentos e chamar umas às outras.
Todos esses problemas poderiam causar a fuga das jubartes para águas mais calmas, como aconteceu com o Havaí, que passou a ser evitado pelos cetáceos devido ao turismo de massa. E a ausência de baleias na região prejudicaria bastante sua economia.
O Festival de Observação de Baleias, celebrado desde 1999, foi aberto oficialmente com um desfile pelas ruas de Puerto López, de onde saem barcos e lanchas rumo à ilha equatoriana de La Prata, refúgio das baleias.
Ano passado, cerca de 17 mil turistas estrangeiros e nacionais visitaram a região para avistar os cetáceos. Para 2001, estão sendo esperados 25 mil visitantes. O número de embarcações usadas para observação dos animais subiu de 13, em 2000, para 36, este ano.
Os mamíferos permanecerão nas águas do Pacífico equatoriano até o início de setembro.


Com agências internacionais


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