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Botos dão mais cor a passeio
DO ENVIADO ESPECIAL
Um dos melhores passeios em
Alter do Chão é pegar o barco no
final da tarde e ir até a ponta do
Cururu para ver os botos. O sol,
que começa a se pôr, pinta o céu
de laranja, amarelo e lilás. O silêncio é amazônico.
O barco pára a uma certa distância da margem, o motor é desligado e fica-se à espera. No passeio feito pela reportagem, a recepcionista Giane Glória Branco,
23, do hotel Beloalter, lembrou
como os pescadores atraíam os
peixes e soltou alguns assobios.
Logo os botos apareceram.
Giane ficava de olho no "rebujo" -movimento da água que
mostra que os botos estão por
perto- para indicar de que lado
eles iam aparecer.
Eram muitos. Eles pulavam e
respiravam. Aliás, o barulho da
respiração desses mamíferos era
o único ouvido no local.
Havia botos cor-de-rosa e tucuxi (cinza). "O tucuxi é mais parecido com o golfinho", explica o
barqueiro Waltenis Torres Gomes, 27, um "especialista" em assuntos amazônicos.
Segundo Giane, as pessoas contam que os botos tucuxi são "bonzinhos", e os cor-de-rosa, "malvados". "Em um naufrágio, o tucuxi
leva a pessoa até a margem, mas o
cor-de-rosa ataca."
Em meio à profusão de botos,
escurece. Dá para avistar as luzes
da vila. É hora de voltar para o hotel, com a certeza de ter visto uma
das cenas mais bonitas da exuberante natureza da Amazônia.
(AUGUSTO PINHEIRO)
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