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Moradores de povoado da Reserva Extrativista de Tapajós-Arapiuns controlam chegada de visitantes
Praias brancas pontuam trajeto a Suruacá
DA ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA
O viajante que navega pelo rio
Tapajós, nos arredores de Santarém, no Pará, acredita estar só,
entre praias de areia branquinha,
botos-cor-de-rosa e peixes amazônicos de todos os tipos e tamanhos. Isso é um engano. Os ribeirinhos vivem no platô, uma área
elevada, a alguns metros do rio, de
onde observam tudo.
Ao desembarcar na praia, os visitantes são logo arguidos pelos
moradores de Suruacá, povoado
da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, sobre o motivo da visita. Não que os caboclos não sejam
receptivos, pelo contrário. Mas o
extrativista é consciente de seu
papel de "vigia" na área.
A Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns fica entre os dois rios
que dão nome ao lugar. O Tapajós
tem uma imensidão de águas claras, e o Arapiuns é mais estreito e
de águas pretas. Há 65 comunidades espalhadas por 659 mil hectares de reserva, entre os municípios de Santarém e Aveiro.
O trajeto de barco até a última
comunidade, Nova Canaã, no rio
Tapajós, pode durar até três dias.
Mas o ecoturismo será desenvolvido primeiro nos povoados mais
próximos a Alter do Chão, praia
badalada de Santarém.
Não é nada fácil chegar aos povoados da reserva, já que o ecoturismo ainda está sendo introduzido no local. Mas os interessados
podem alugar um barco, onde
passam a noite em redes.
Outra opção é se aventurar nos
barcos de linha que partem do
porto de Santarém (informações
pelo tel. 0/xx/93/522-2870 ou 522-5721). Autorização do CNPT para
entrar na reserva é obrigatória, assim como é recomendável a presença de um guia.
Praias no caminho
Para chegar a Suruacá, o turista
passa por várias praias de rio que,
dependendo do período do ano,
ficam desertas. No inverno, entre
dezembro e maio, com o excesso
de chuvas, as águas aumentam e
as praias desaparecem.
No caminho, fique atento à
praia da Ponta do Cururu, perto
de Alter do Chão, e à Ponta das
Pedras, com infra-estrutura para
o turismo. Até Suruacá, são quatro horas de barco, numa viagem
tranquila e bonita -de voadeira,
o percurso dura cerca de duas horas, mas não é indicado porque a
embarcação vira facilmente.
Quem estiver com tempo pode
dar uma parada em Solimões, povoado da reserva bastante organizado. Quando chega um visitante,
alguém vai recepcioná-lo e toca
um sino para chamar os demais
moradores. Lá são vendidos
adornos, produzidos pelas crianças numa aula de artesanato na
escola com pedaços de raízes,
paus, folhas e espinha de peixes.
(GABRIELA ROMEU)
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