São Paulo, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002

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Artesãos de Maguary aplicam suco de seringueira em tecido para criar material emborrachado

Látex se transforma em couro ecológico

Gabriela Romeu/Folha Imagem
Crianças do povoado de Maguary ao lado de uma seringueira


DA ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA

Agregar valor aos recursos extraídos da Amazônia de forma equilibrada é o objetivo das comunidades ribeirinhas. Em Maguary, povoado localizado na área da Floresta Nacional do Tapajós, o látex que escorre das seringueiras é transformado em bolsas, carteiras e pastas -peças "exportadas" para o Pará e São Paulo.
O morador Arimar Feitosa Rodrigues, 31, coordena dez famílias na produção do couro ecológico, uma manta impermeável feita artesanalmente por meio da aplicação do látex em tecido de algodão cru ou estampado, que parece um tipo de tecido emborrachado.
Rodrigues explica que o couro ecológico é vendido em mantas (nas medidas de 1,90 m por 80 cm) ou em peças já acabadas -como mochilas e capas de chuva. Para dar cor aos produtos, os artesãos usam corantes naturais, como o urucum. Sementes da floresta também são usadas para fazer fechos e botões das peças.
Os homens usam grandes cilindros metálicos para aplicar as camadas de látex à manta, e as mulheres dão o acabamento (cortam e costuram as peças). Todos tiram a seringa na época da safra. No final do mês, as famílias faturam cerca de R$ 200, de acordo com as contas do coordenador.
"Nosso objetivo é levar essa experiência para outras comunidades do Tapajós, já que a seringa está espalhada por aí", diz Rodrigues. As peças custam de R$ 5 a R$ 40 (tel. 0/xx/93/523-5185).
(GABRIELA ROMEU)


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