São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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Em SP, só em 2010, foram abertos oito novos "hostels"

Cobrando diárias módicas, que começam em R$ 30, o segmento ganhou força, mas ainda precisa melhorar

Eventos esportivos movimentam o setor de hospedagem de baixo custo; também cresce a procura por brasileiros


Zanone Fraissat/Folhapress
Quarto coletivo de oito beliches do Casa Club, na Vila Madalena, "hostel" aberto em 2008

LUISA ALCANTARA E SILVA
DE SÃO PAULO

Copa do Mundo e Olimpíada. O Brasil deve receber nos anos desses eventos, 2014 e 2016, um número nunca antes visto de turistas. Empresários investem no setor hoteleiro e um nicho, até então pequeno, começa a crescer, o dos albergues.
Só neste ano foram inaugurados ao menos oito na cidade de São Paulo. Atualmente, são 18. Há dois anos, não havia nem dez.
Mas como é esse tipo de hospedagem supereconômica? Para responder à questão, a reportagem da Folha se hospedou, sem se identificar, por uma noite, em cinco diferentes albergues listados nas páginas F6 e F7, sempre no quarto mais barato.
Os albergues, muito conhecidos na Europa como "hostals", existem no Brasil desde 1971, mas ainda estão engatinhando por aqui. Banheiros coletivos para homens e mulheres, por exemplo, são um problema.
Mas, preocupados em melhorar a qualidade dos serviços oferecidos, os donos dos albergues estão se juntando e formaram recentemente a Associação dos Hostels da Cidade de São Paulo.
Deborah Cavalieri, dona de albergue e uma das que encabeçam a nova associação, prevê que, a partir de 2011, um albergue deva ser aberto a cada dois meses.
"O turismo de lazer em São Paulo está crescendo, e a cidade recebe muita gente também porque chegam muitos voos internacionais", diz Deborah.
Sobre o crescimento da taxa de hospedagem em São Paulo, Deborah afirma que está havendo uma mudança no perfil dos hóspedes.
Há dois anos, apenas 10% de seus alberguistas -como é chamado quem fica em albergue- eram brasileiros; hoje, esse número é de 20%.
"Com o dólar mais baixo, os brasileiros estão viajando mais e acabam conhecendo albergues lá fora", diz. "Aí, quando viajam por aqui, querem albergue também."
Para Carlos Augusto Alves, presidente da Fbaj (Federação Brasileira dos Albergues da Juventude), outro fator que possibilita o crescimento do setor de albergues no Brasil é a mídia.
"Há vários programas sobre mochileiros na televisão", diz ele. "Além disso, a internet facilita a vida do jovem que quer viajar, porque dá para montar todo o roteiro on-line com os sites de reserva de "hostels'", afirma.
Não estranhe se sempre ouvir "hostel" em vez de albergue. Usada até há alguns anos, a versão brasileira foi substituída pela americana pelos empresários do meio.
"Infelizmente, a palavra albergue tem uma conotação negativa", afirma Alves. "Quando se fala em albergue, muita gente pensa nos de morador de rua. Então, preferimos usar a versão estrangeira mesmo."
Nos albergues de São Paulo, as diárias costumam custar a partir de R$ 30 nos quartos com mais camas, que custam até R$ 45. Alguns albergues possuem quartos para casal, mas são mais caros.

NEM POUCO, NEM MUITO
Além de se hospedar em albergues, a reportagem passou uma noite no hotel Formule 1 da rua da Consolação (zona central da capital), que é uma alternativa para quem quer pagar menos que a tarifa de um hotel convencional, mas que não quer dividir o quarto com desconhecidos.


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