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Instalado em propriedade cafeeira do séc. 19, Dona Carolina oferece diversão monitorada o dia todo
Recreação ofusca lado histórico de fazenda
DA ENVIADA ESPECIAL A ITATIBA
Giulia Godoy pediu para os pais
como presente de aniversário de
seis anos, em janeiro, uma estada
na Fazenda Dona Carolina Hotel,
em Itatiba. A menina havia passado ali as férias de julho com a família e gostou tanto que preferiu
abrir mão de uma festa.
A intensa programação diária
do hotel, organizada por faixa etária, explica a preferência de Giulia. As atividades (leia mais nesta
pág.), que incluem brincadeiras e
passeios pela mata com observação de capivaras e macacos, já estão incluídas na hospedagem, tornando mais compensadores os
preços das diárias para quem tem
filhos (veja preço deste e de outros
hotéis da cidade na pág.F7).
Com tanta coisa para fazer,
muitos hóspedes acabam não
dando atenção aos aspectos históricos da fazenda do século 19, que
na época produzia café (parte do
terreiro ainda está lá) e teve a restauração da sua sede concluída
em dezembro do ano passado.
Embora conste a data de 1872 na
porta de entrada da casa-grande,
abaixo das iniciais JAC (José Alves
Cardoso, primeiro marido da dona Carolina, que dá o nome à propriedade), ela se refere à ampliação do casarão, que, segundo Ângela Stefani, dona da fazenda, deve ter sido erguida cerca de dez
anos antes. "Na parte mais antiga
da construção, as janelas têm as
bordas arredondadas e, na mais
recente, elas são quadradas."
A sede, que hoje abriga a recepção, um piano-bar e um miniauditório, mistura mapas, gravuras
e documentos (como plantas e
uma apólice de seguro de 1896)
com mobiliário moderno, por
exemplo, sofás almofadados e até
carpete (no auditório). "É preciso
preservar o conforto do hóspede", justifica Ângela. "O interior
da casa não tem nenhuma semelhança com o que era antes."
A taipa da estrutura da parede,
de cerca de 60 cm de espessura,
está à mostra sob um vidro na sala
localizada em frente à recepção.
Feita em camadas, ela era pisada
pelos escravos para ficar compactada, explica Ângela, que promete
ainda colocar um texto explicativo embaixo do vidro. Ela também
diz ter a intenção de montar um
museu ligado ao café, com maquinário antigo, documentos etc.
Hoje com apenas um pé de café
simbólico no jardim da sede, a fazenda produz leite e tem uma
horta para abastecer a cozinha do
hotel, que prepara com matéria-prima própria muitas iguarias
consumidas nas refeições.
Os queijos, a coalhada e os pães,
incluindo um pão de queijo servido de mesa em mesa assim que sai
do forno, tornam o café da manhã
a refeição mais deliciosa do dia e
reforçam a sensação de o hóspede
estar realmente numa fazenda.
O tom bucólico predomina
quando os gansos rondam os comensais na hora do almoço para
bicar migalhas de pão jogadas pelas crianças e no passeio ao curral,
onde os pequenos vêem a ordenha da vaca e tomam leite tirado
na hora.
(MARISTELA DO VALLE)
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