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FLÓRIDA DE BRINQUEDO
Show "Odyssea", exibido no parque SeaWorld, em Orlando, agrada às crianças com simplicidade
Espetáculo revela fundo do mar onírico
DO ENVIADO ESPECIAL À FLÓRIDA
No palco -nu- do Nautilus
Theater, há somente uma mala de
viagem. Na platéia, um ator vestido de turista interage com o público. Parece perdido.
Ao contrário do que a descrição
possa sugerir, não se trata de uma
inusitada peça de teatro "alternativo", com poucos recursos materiais de produção, mas de uma
atração contida no SeaWorld,
parque fundado em 1973 que tematiza a vida marinha e se localiza em Orlando, a uma hora e meia
de carro da cidade de Tampa.
"Odyssea" (um jogo de palavras
com os termos "odyssey", odisséia, e "sea", mar) é um espetáculo de 30 minutos que mistura teatro e circo. Sem falas, sustentada
pela mímica, a encenação esboça
a história de um homem que visita o fundo maravilhoso do oceano
e se depara com conchas, peixes e
criaturas fantásticas.
Menos espalhafatosa do que
"Katonga - Musical Tales from
the Jungle", a peça, ou "show", como costumam ser chamadas as
apresentações teatrais no parque,
tende a exercer maior poder de
sugestão entre as crianças.
A montagem não chega a dispensar a troca constante de cenários, a chuva de bolhas de sabão,
os movimentos acrobáticos e outros expedientes típicos. Ocorre,
todavia, um frenesi menor, há
mais espaço para a imaginação
trabalhar as imagens propostas.
Ao menos uma cena é ótima e
plástica, com dois atores manipulando tubos que formam figuras.
"Odyssea" estreou em meados
de 2003, mesma época em que foi
inaugurada The WaterFront at
SeaWorld, imitação de uma vila
mediterrânea que concentra gastronomia, entretenimento e artesanato. É considerada a maior expansão realizada no parque
-200 mil metros quadrados.
Na área, localiza-se o Sharks
Underwater Grill, um restaurante
com cardápio à base de frutos do
mar que oferece um jeito saboroso (e caro) de escapar das duvidosas pizzas com batatas fritas.
Circundado por um tanque que
contém mais de 50 tubarões e
5.000 peixes sortidos, o freguês
pode, se vacilar diante de tantos
peixinhos, optar pela carne vermelha do prato "NY strip steak",
de 340 gramas e secundado pelo
feijão caribenho (US$ 24,95). No
aquário, realiza-se o Sharks Deep
Dive Program, mergulho de meia
hora que custa entre US$ 125 e
US$ 150 (US$ 53,95 é o preço da
entrada do SeaWorld). Pode-se
também conhecer o recinto no interior de um túnel submarino de
acrílico, sem taxa adicional.
Em frente ao restaurante, existe
um tanque com peixes esfomeados, que podem ser alimentados
pelo turista. Mas fazer as vezes de
funcionário do SeaWorld custa
caro: uma porçãozinha de ração
sai por US$ 4.
Shamu e montanhas-russas
Está longe o tempo em que a baleia Shamu, marca inconfundível
do SeaWorld, apenas fazia as suas
estripulias na água para a platéia
do Shamu Stadium.
Hoje em dia, além de dançar ao
som do rock'n'roll no show noturno "Shamu Rocks America", a
orca e atriz também "janta" com o
usuário do parque disposto a desembolsar US$ 32 no Dine with
Shamu. Na verdade, a refeição
acontece nas proximidades do
tanque das baleias.
E, para os mais radicais e mais
dispostos, o SeaWorld oferece as
montanhas-russas Kraken, sem
piso e com sete piruetas velozes, e
Journey to Atlantis.
Esta última, bastante molhada,
por sinal, é uma atração especial
para os "voyeurs", que, do lado de
fora, secos, imaculados, sentem
prazer em ver quem é mais ou
menos atingido pela água na descida derradeira.
(PEDRO IVO DUBRA)
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