São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FLÓRIDA DE BRINQUEDO

Show "Odyssea", exibido no parque SeaWorld, em Orlando, agrada às crianças com simplicidade

Espetáculo revela fundo do mar onírico

DO ENVIADO ESPECIAL À FLÓRIDA

No palco -nu- do Nautilus Theater, há somente uma mala de viagem. Na platéia, um ator vestido de turista interage com o público. Parece perdido.
Ao contrário do que a descrição possa sugerir, não se trata de uma inusitada peça de teatro "alternativo", com poucos recursos materiais de produção, mas de uma atração contida no SeaWorld, parque fundado em 1973 que tematiza a vida marinha e se localiza em Orlando, a uma hora e meia de carro da cidade de Tampa.
"Odyssea" (um jogo de palavras com os termos "odyssey", odisséia, e "sea", mar) é um espetáculo de 30 minutos que mistura teatro e circo. Sem falas, sustentada pela mímica, a encenação esboça a história de um homem que visita o fundo maravilhoso do oceano e se depara com conchas, peixes e criaturas fantásticas.
Menos espalhafatosa do que "Katonga - Musical Tales from the Jungle", a peça, ou "show", como costumam ser chamadas as apresentações teatrais no parque, tende a exercer maior poder de sugestão entre as crianças.
A montagem não chega a dispensar a troca constante de cenários, a chuva de bolhas de sabão, os movimentos acrobáticos e outros expedientes típicos. Ocorre, todavia, um frenesi menor, há mais espaço para a imaginação trabalhar as imagens propostas. Ao menos uma cena é ótima e plástica, com dois atores manipulando tubos que formam figuras.
"Odyssea" estreou em meados de 2003, mesma época em que foi inaugurada The WaterFront at SeaWorld, imitação de uma vila mediterrânea que concentra gastronomia, entretenimento e artesanato. É considerada a maior expansão realizada no parque -200 mil metros quadrados.
Na área, localiza-se o Sharks Underwater Grill, um restaurante com cardápio à base de frutos do mar que oferece um jeito saboroso (e caro) de escapar das duvidosas pizzas com batatas fritas.
Circundado por um tanque que contém mais de 50 tubarões e 5.000 peixes sortidos, o freguês pode, se vacilar diante de tantos peixinhos, optar pela carne vermelha do prato "NY strip steak", de 340 gramas e secundado pelo feijão caribenho (US$ 24,95). No aquário, realiza-se o Sharks Deep Dive Program, mergulho de meia hora que custa entre US$ 125 e US$ 150 (US$ 53,95 é o preço da entrada do SeaWorld). Pode-se também conhecer o recinto no interior de um túnel submarino de acrílico, sem taxa adicional.
Em frente ao restaurante, existe um tanque com peixes esfomeados, que podem ser alimentados pelo turista. Mas fazer as vezes de funcionário do SeaWorld custa caro: uma porçãozinha de ração sai por US$ 4.

Shamu e montanhas-russas
Está longe o tempo em que a baleia Shamu, marca inconfundível do SeaWorld, apenas fazia as suas estripulias na água para a platéia do Shamu Stadium.
Hoje em dia, além de dançar ao som do rock'n'roll no show noturno "Shamu Rocks America", a orca e atriz também "janta" com o usuário do parque disposto a desembolsar US$ 32 no Dine with Shamu. Na verdade, a refeição acontece nas proximidades do tanque das baleias.
E, para os mais radicais e mais dispostos, o SeaWorld oferece as montanhas-russas Kraken, sem piso e com sete piruetas velozes, e Journey to Atlantis.
Esta última, bastante molhada, por sinal, é uma atração especial para os "voyeurs", que, do lado de fora, secos, imaculados, sentem prazer em ver quem é mais ou menos atingido pela água na descida derradeira.
(PEDRO IVO DUBRA)


Texto Anterior: Girafas "atuam" em safári
Próximo Texto: Preço torna Discovery Cove programa de elite
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.