Cinco jovens chefs fazem movimento que tem como máxima explorar potencial de ingredientes chilenos

PRISCILA PASTRE-ROSSI
ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

Uma deliciosa revolução já toma conta de Santiago. E o melhor: ela está ao alcance de qualquer turista. Como em todo movimento revolucionário, à sua frente está um restrito e radical grupo de jovens visionários, cuja batalha acontece sob fogo... e panelas.
"Nosso grupo é formado por jovens cozinheiros recém-chegados da Europa com um objetivo em comum: o de mudar os hábitos alimentares do Chile, aproveitando mais a incrível variedade de produtos que temos no país", diz Matías Palomo, 30, chef do restaurante Sukalde.
O grupo que está levando Santiago para a frente de batalha do turismo-gastronômico é formado pelo próprio Palomo e pelos chefs Rodolfo Guzmán, do restaurante Borago, Carlos García, do Fábula, Benjamin Cienfuegos, do Cienfuegos, e Gianfranco Varella, do Mercat.
Todos com menos de 35 anos. E todos empenhados em, num futuro próximo, criar uma organização de chefs latinos.

Conflito de gerações?
Para deixar o passeio completo, é preciso conhecer o trabalho de chefs com idéias menos revolucionárias, mas que levantam a bandeira incondicional do sabor de seus pratos.
É o caso de restaurantes como o Europeo, eleito por quatro vezes consecutivas o melhor da cidade, da centenária Confiteria Torres, a mais antiga do Chile, e do aclamado peruano Astrid y Gastón, que tem uma acolhedora filial na capital chilena.
Conversando com representantes das duas frentes -os mais moderninhos e os mais "conservadores"-, fica claro que as batalhas travadas pela cozinha chilena não os opõe. Só os deixam em linhas de frente diferentes na guerra para firmar a capital como destino turístico-gastronômico de peso.
Esses -e outros tantos endereços- são a prova de que não há nada mais errado hoje do que ver Santiago do Chile (www.municipalidaddesantiago.cl) como mera escala para uma temporada de esqui ou ponte para seguir à Ilha de Páscoa, chegar ao Atacama ou conhecer a Patagônia chilena. Com seus mais de 6 milhões de habitantes -num país cuja população é estimada em 16,5 milhões de pessoas-, Santiago reinventa-se a cada dia. E a gastronomia é, hoje, uma de suas faces mais dinâmicas.