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NO SUL DA AMÉRICA
Envolta em mistério, a vida do rei do tango terminou num acidente aéreo em Medellín, na Colômbia
Gardel beijou a sarjeta com voz sublime
da Redação
Foi em 24 de junho de 1935 que um
desastre aéreo ocorrido em Medellín, na Colômbia, matou Carlos Gardel.
Nos anos seguintes, sempre no dia
da morte do cantor, uma enigmática dama de véu negro depositou
flores em seu túmulo, no cemitério de Chacarita, em Buenos Aires.
Cercada de mistérios, a biografia
do rei do tango -a música eminentemente urbana de Buenos Aires- é, ainda hoje, obscura.
Com uma carreira fulgurante,
que compreendeu a gravação de
mais de 500 discos, Carlos Gardel
parece ter sido o pseudônimo adotado por Charles Romuald Gardés.
Criado nos arrabaldes da capital
argentina, Gardel teve uma infância pobre e ganhava seus trocados
vendendo palitos de fósforo e jornais no mercado de Abasto, onde
começou a cantar.
Para alguns, o cantor teria nascido no Uruguai, ou mesmo na
França, ocultando sua origem para fugir do alistamento militar durante a Primeira Guerra (1914-18).
O ano de seu nascimento também é incerto. Para uns o cantor da
alma portenha veio à luz em 1890,
para outros, em 1897.
Personagem fulgurante
Elegante, sempre penteado com
brilhantina -ao estilo de Rodolpho Valentino, astro romântico
do cinema à época-, Gardel iniciou sua carreira solo numa Argentina que resgatava o tango da
ilegalidade do bas-fonds.
Gravou "Mano a Mano", "La
Cumparsita", "Mi Buenos Aires
Querido" e atuou no cinema.
Só não fez uma fortuna porque
gastou dinheiro com mulheres rápidas e cavalos lentos.
Voz dissonante, o escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986)
foi um de seus raros críticos, atribuindo a Carlos Gardel uma melancolia que se tornou a marca registrada do tango.
(SC)
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