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DIVINO
São Luís do Paraitinga festeja de 22 a 31 deste mês
Interior de SP une o
sagrado e o profano
casario de
São Luís
do Paraitinga,
cidade situada
a 173 km de
São Paulo,
com a igreja
Matriz em
destaque
SEBASTIÃO NASCIMENTO
da Reportagem Local
A mais popular festa da cidade
de São Luís do Paraitinga (173 km
a leste de São Paulo), acontece de
22 até o dia 31 deste mês.
É a Festa do Divino Espírito Santo, que tem uma tradição de 150
anos e combina o que há de mais
sagrado nas cerimônias religiosas
cristãs com os folguedos profanos
das ruas.
A Igreja Católica promove e tem
nas mãos as rédeas da festa. A população de São Luís e os visitantes
que para lá se dirigem em grande
número assistem, durante pouco
mais de uma semana, a procissões
grandiosas emolduradas pelo casario centenário da cidade.
Participam ainda de missas solenes e de novenas piedosas.
"A Festa do Divino é um dos
principais marcos da fé da população local", diz Marcelo dos Santos
Toledo, membro do Comitê
Pró-Associação para o Desenvolvimento Cultural e Ambiental.
Mas a população que reza bastante também gosta de comemorar a Festa do Divino nas ruas.
Corre das braçadas desferidas pelos bonecos gigantes João Paulino
e Maria Angu. Assiste à cavalhada
-uma espécie de teatro equestre
da Idade Média que representa as
batalhas travadas entre mouros e
cristãos na península Ibérica.
Participa das danças do moçambique, do jongo e da congada, trazidas por escravos africanos que
vieram trabalhar nas lavouras de
café do Vale do Paraíba.
Fartura
A Festa do Divino representa
ainda a fartura. "Simbolicamente, ela é sempre realizada ao
final das colheitas", diz Toledo.
Segundo ele, nos primeiros anos
da festa era feita uma grande distribuição de pães e doces.
Atualmente, é o suculento
"afogado", um prato à base de
carne de boi e batatas cozidas, preparado em grandes tachos de ferro. O prato é fartamente servido
aos participantes da festa.
Este ano, talvez devido à crise, o
"afogado" será distribuído em
dois dias somente. Mesmo assim,
os promotores da festa garantem
que irão abater 30 animais.
"Poucas festas dão tanta comida. Já houve ocasião em que
cem bois foram para o tacho",
afirma Toledo.
Uma pinga da terra, a Luizense,
forte como o cozido de carne,
acompanha o "afogado".
Folia do Divino
A Festa do Divino leva um ano
para ser preparada. Logo após o
término de uma delas, a chamada
Folia do Divino, formada por luizenses que cantam e tocam instrumentos como viola e triângulo,
parte para a zona rural de São Luís
para angariar auxílio para a próxima festa.
Alguns fazendeiros dão bezerros. Outros, frangos. Todos eles,
porém, oferecem um jantar à Folia
do Divino, do qual participa a população do bairro.
É a Igreja Católica que escolhe o
festeiro, ou seja, aquele que supervisiona todo o trabalho de preparo
e execução da Festa do Divino.
Para a festa deste ano não foi
eleito o festeiro.
Uma comissão formada por moradores da cidade está à frente.
Dela faz parte uma figura bastante
popular em São Luís. Trata-se de
Anésio Rodrigues da Silva, conhecido localmente como o "Rei
Canário".
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