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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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EM FOCO

Pesquisa da Embratur mostra que latino-americanos representam 96,8% da queda de quase 1 milhão de turistas em 2002; fuga é atribuída à crise argentina

Vizinhos vêm menos ao país

DA REDAÇÃO

A primeira pesquisa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) no novo governo que dá conta do perfil da demanda turística internacional, divulgada na semana passada, indica que a queda de 20% dos turistas para o Brasil -que deixou de receber quase 1 milhão de pessoas em 2002 em relação a 2001- teve a crise econômica argentina como principal responsável.
"É [o mercado] mais vulnerável, a ser permanentemente trabalhado", diz José Francisco Lopes, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisa da Embratur.
Os latino-americanos representam 38,6% do total de quase 3,8 milhões de turistas que visitaram o Brasil em 2002. Eles também respondem pela maior porcentagem (96,8%) na queda de 1 milhão de visitantes.
Já o mercado americano enviou 8,62% mais turistas em 2002 (totalizando quase 753 mil). Nos últimos dez anos, esse crescimento tem sido constante, a variação no período foi de 367%.
Apesar de os países vizinhos serem mais vulneráveis a crises econômicas, a Embratur tem na mira primordialmente os latino-americanos, seguidos dos europeus e, então, dos americanos.
"No turismo, o principal cliente é seu vizinho. As pessoas fazem viagens cada vez mais curtas. A Argentina é o mercado fundamental", explica o presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz.
Segundo ele, em 2004, a Embratur quer investir US$ 40 milhões para divulgação do país, quantia a ser liberada pelo governo e pela iniciativa privada.
Segundo a pesquisa, as cidades brasileiras que mais receberam turistas em 2002 foram Rio de Janeiro (38,6%), São Paulo (20,8%), Salvador (12,8%), Foz do Iguaçu (9,3%), Recife (8,2%), Porto Alegre (7,9%), Fortaleza (7,2%), Florianópolis (6,4%), Natal (3,7%) e Búzios (3,7%).
As maiores críticas dos visitantes são em relação à segurança (10,3%), à limpeza pública (10,2%) e à sinalização turística (8,3%), mas 96,1% dos entrevistados afirmam ter intenção de voltar ao Brasil. Os principais motivos de viagem são turismo (51,2%) e negócio (23,5%).
A pesquisa entrevistou 3.212 estrangeiros e tem margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.
(MARGARETE MAGALHÃES)

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