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EM FOCO
Pesquisa da Embratur mostra que latino-americanos representam 96,8% da queda de quase 1 milhão de turistas em 2002; fuga é atribuída à crise argentina
Vizinhos vêm menos ao país
DA REDAÇÃO
A primeira pesquisa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) no novo governo que dá conta do perfil da demanda turística
internacional, divulgada na semana passada, indica que a queda de
20% dos turistas para o Brasil
-que deixou de receber quase 1
milhão de pessoas em 2002 em relação a 2001- teve a crise econômica argentina como principal
responsável.
"É [o mercado] mais vulnerável,
a ser permanentemente trabalhado", diz José Francisco Lopes, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisa da Embratur.
Os latino-americanos representam 38,6% do total de quase 3,8
milhões de turistas que visitaram
o Brasil em 2002. Eles também
respondem pela maior porcentagem (96,8%) na queda de 1 milhão de visitantes.
Já o mercado americano enviou
8,62% mais turistas em 2002 (totalizando quase 753 mil). Nos últimos dez anos, esse crescimento
tem sido constante, a variação no
período foi de 367%.
Apesar de os países vizinhos serem mais vulneráveis a crises econômicas, a Embratur tem na mira
primordialmente os latino-americanos, seguidos dos europeus e,
então, dos americanos.
"No turismo, o principal cliente
é seu vizinho. As pessoas fazem
viagens cada vez mais curtas. A
Argentina é o mercado fundamental", explica o presidente da
Embratur, Eduardo Sanovicz.
Segundo ele, em 2004, a Embratur quer investir US$ 40 milhões
para divulgação do país, quantia a
ser liberada pelo governo e pela
iniciativa privada.
Segundo a pesquisa, as cidades
brasileiras que mais receberam
turistas em 2002 foram Rio de Janeiro (38,6%), São Paulo (20,8%),
Salvador (12,8%), Foz do Iguaçu
(9,3%), Recife (8,2%), Porto Alegre (7,9%), Fortaleza (7,2%), Florianópolis (6,4%), Natal (3,7%) e
Búzios (3,7%).
As maiores críticas dos visitantes são em relação à segurança
(10,3%), à limpeza pública
(10,2%) e à sinalização turística
(8,3%), mas 96,1% dos entrevistados afirmam ter intenção de voltar ao Brasil. Os principais motivos de viagem são turismo
(51,2%) e negócio (23,5%).
A pesquisa entrevistou 3.212 estrangeiros e tem margem de erro
de cinco pontos percentuais para
mais ou para menos.
(MARGARETE MAGALHÃES)
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