São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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MARROCOS

Rabat é a mais agradável entre as vilas imperiais

Porto para o Atlântico, capital e 2ª maior cidade do país abriga o palácio real e museu de arqueologia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARROCOS

À sombra do kasbah dos Oudaïas, homens discutem negócios e tomam um fumegante chá de hortelã. De vez em quando, seus olhos se perdem nos barcos do rio Bou Regreg.
Em Marrocos, é comum ver só homens nos cafés. As mulheres estão às voltas com afazeres domésticos. Mas em Rabat, capital e segunda maior cidade do país, as mulheres são mais ocidentalizadas: trabalham fora e participam da vida política.
Batizada de Cidade Branca, Rabat é um porto sobre o Atlântico e a mais agradável das vilas imperiais. As largas avenidas com palmeiras lembram o passado colonial francês. É do palácio real Dar El-Mazhzen que o rei Mohammed 6º tenta conciliar abertura política, econômica e social com o forte movimento islamita no país.
Mohammed 6º assumiu o trono em 1999, após a morte de seu pai, Hassan 2º, e estabeleceu um governo de unidade, mais à esquerda e mais próximo da população. O monarca tenta quebrar alguns tabus marroquinos, além de combater problemas básicos, como analfabetismo e pobreza.

Protegida
No século 12, época de sua fundação, Rabat era Ribat Al-Fath, que significa "forte da vitória". Sua história começou com os Almóadas, dinastia berbere que reinou em todo Magreb. Para reunir as tropas que deviam partir em defesa da Andaluzia, então controlada pelos muçulmanos, os Almóadas ergueram uma fortaleza, muros e portas monumentais.
Hoje, o kasbah (palácio fortificado) dos Oudaïa -que abriga museu de arte tradicional-, as muralhas e as portas Bab Er-Rouah e Oudaïa são parte da rota turística.
A medina de Rabat é bem menos pitoresca do que as de Marrakech e de Fez. A rua Souïka é onde está o comércio mais animado e a Grande Mesquita. No final da rua, comerciantes de tecidos e bijuterias formam o souk Es-Sebat. À leste da medina, na rua dos Consuls fica o mercado de tapetes.
A torre Hassan é a atração local mais famosa. O minarete inacabado, do século 12, foi o que restou do sonho do sultão Yacoub El-Mansour. Ele queria construir a maior mesquita do mundo muçulmano, mas morreu antes de ver a obra concluída. Só o minarete resistiu ao terremoto de 1755, o mesmo que destruiu Lisboa.
Em frente à torre Hassan fica o mausoléu de Mohammed 5º, avô do atual rei de Marrocos. Projetado pelo vietnamita Vo Toan, abriga uma mesquita e um museu dedicado à dinastia Alauita, que reina o país há 300 anos. Mohammed 5º, morto em 1961, é considerado o pai da independência de Marrocos (1956). Perto de seu caixão, teólogos se revezam noite e dia para ler o Alcorão em voz alta.
O melhor museu arqueológico de Marrocos reúne tesouros pré-históricos de civilizações pré-islamitas. A necrópole de Chellah é outro programa para os amantes de arqueologia. Fora dos muros de Rabat, o mausoléu real foi erguido sobre a colônia romana de Sala. Hoje, é refúgio de cegonhas. (LETÍCIA FONSECA-SOURANDER)


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