São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

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RIO RECÔNDITO

Megabotes partem da marina da Glória e vão às ilhas Cagarras exibindo a natureza e a silhueta do Rio

Passeio mostra o que cariocas vêem ao longe

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

A 5 km de Ipanema, há um Rio que muitos cariocas conhecem só de vista -e que um passeio de barco revela cheio de vida, especialmente no verão, quando o mar é mais calmo e a visibilidade subaquática é maior. No arquipélago das Cagarras, formado por três ilhas principais -Cagarra, Palmas e Comprida, além de duas ilhotas e de duas lajes-, uma profusão de pássaros, como gaivotas, atobás, fragatas e maçaricos, enche os olhos do visitante.
Passeios de barco de quase duas horas, como o do Macuco Rio (www.macucorio.com.br), cujo ponto de partida é a marina da Glória, descortinam, logo de início, a entrada da baía da Guanabara, passando ao largo da Urca, do Pão de Açúcar e da fortaleza de São João. "O Rio tem uma das maiores concentrações de fortes do mundo", diz a essa altura do passeio o guia Mairon Vasconcellos, 22, apontando o forte da Laje, no meio da entrada da baía, e, à esquerda, em Niterói, a fortaleza de Santa Cruz. Além desses, o guia mostra na direção de Niterói as fortificações do Rio Branco, de Imbuí e de São Luís/ Pico.
O roteiro segue com o bote inflável (capaz de levar 26 pessoas) navegando velozmente ao largo da praia de Fora, da praia Vermelha, costeando o Leme (onde fica o forte do Leme), a praia de Copacabana (que é limitada no canto direito pela fortificação que leva seu nome), a praia do Diabo e o Arpoador, Ipanema e Leblon.
Aí, a essa altura é que o barco toma o rumo sul, em direção ao arquipélago das Cagarras, onde faz uma parada para mergulho.
Depois, o passeio é retomado na direção da ilha Redonda, cuja altura é 270 m -e que dista 3 km das Cagarras na direção sul- onde há ainda mais pássaros. Nas cartas náuticas antigas essas ilhas eram chamadas Cagadas, pois têm seus paredões listados por dejetos de aves, os guanos.

Fauna e flora
Gramíneas, cactos, bromélias e até palmeiras recobrem essas ilhas. Entre as aves ali vistas, as fragatas são fáceis de distinguir: caem pouco na água, as fêmeas são pretas e têm o peito branco; os machos são negros e, no período de acasalamento, exibem um papo vermelho. Para capturar peixes, as fragatas dão rasantes sobre a superfície do mar, bicando a vítima quando está em pleno vôo. Já os atobás, também numerosos, têm cor marrom, barriga branca, patas que parecem de pato e são hábeis mergulhadores.
Mais conhecidas, as gaivotas, brancas e de asas debruadas de preto, nadam e mergulham. Com muita sorte, avistam-se golfinhos nariz-de-garrafa, tartarugas e até baleias jubarte. Para mergulhadores experientes, o passeio pode espreitar esponjas, águas-vivas, garoupas, badejos e até polvos, isso se a água não estiver turva.
Do alto-mar, a capital carioca aparece emoldurada pelo parque Nacional da Tijuca e por montanhas como o Pão de Açúcar, o Corcovado, o morro Dois Irmãos, as pedras Bonita e da Gávea.
Ao longe, na direção da Barra -sudoeste-, são avistadas as três ilhas Tijucas, onde esse passeio, que estranhamente custa R$ 69 para cariocas e R$ 85 para paulistas, não chega.


Silvio Cioffi hospedou-se a convite do Sheraton Rio

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