São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2001

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CORAÇÃO DA CAPITAL

Região, que costuma ficar fora do roteiro dos turistas, é um dos endereços mais caros da cidade

St. Louis é ilha da tranquilidade em Paris

CLAUDIA ASSEF
DE PARIS

Menos famosa que sua vizinha, a ilha de la Cité, onde está localizada a catedral de Notre-Dame, a ilha de Saint Louis é um pedaço charmoso de Paris que costuma ficar de fora do roteiro de boa parte dos turistas.
Sorte, então, de quem a visita. Para quem quer fugir das multidões dos pontos turísticos da capital francesa, a ilhota de cinco quilômetros e meio de extensão é um achado.
Banhada pelo rio Sena, a ilha de Saint Louis é atualmente um dos endereços mais chiques -e caros- de Paris.
Um simples apartamento de quarto e sala, por exemplo, nunca é alugado por menos de 10 mil francos por mês (ou o equivalente a quase US$ 1.500).
Para o visitante, o passeio pela ilha vale como uma escapada de Paris. Em Saint Louis, é possível caminhar pelo meio da rua mesmo nos dias mais movimentados da semana.
Junto com a ilha de la Cité, Saint Louis é conhecida como o "coração de Paris".
Os primeiros habitantes da cidade se instalaram nas ilhas em 250 a.C. O nome da cidade, aliás, deriva dos primeiros moradores da ilha de la Cité, uma tribo de celtas chamada parisii.

Atendimento cortês
O ritmo menos frenético do turismo parece ter um efeito direto no atendimento aos visitantes encontrado nos estabelecimentos comerciais da ilha, como lojas, restaurantes e cafés.
A sisudez dos garçons, dos atendentes e dos vendedores de Paris passa longe de Saint Louis.
No restaurante Auberge de la Reine Blanche, que fica na rua central da ilhota, além da comida honesta a preços razoáveis -menu com entrada, prato principal e sobremesa custa 109 francos (US$ 15)-, o garçom Cedric não se importa de repetir a história de Saint Louis a todos os clientes.
Algumas lojinhas são particularidades da ilha. Na sorveteria Berthillon, que tem quatro lojas em Saint Louis, fabrica-se artesanalmente o que só pode ser um dos melhores sorvetes do mundo.

Diversidade de lojas
Em Saint Louis você encontra lojinhas especializadas em tudo: de moda jovem sueca a chapéus antigos, passando por uma livraria que só vende livros históricos sobre os distritos de Paris.
Se você gosta de cozinhar, não deixe de visitar duas lojas de dar água na boca.
Na Oliviers & Co., dá para encontrar tipos de azeite de oliva vindos de toda a região mediterrânea. A visita vale a pena mesmo que seja só para ver o cuidado com que os atendentes tratam as garrafas.
Na Lafitte, uma das lojas mais antigas de Saint Louis, a pedida é comprar foie gras. Mas não é qualquer foie gras. Ali, você só encontra foie gras produzido na região de Landes, segundo os vendedores, onde se faz o autêntico foie gras do sudeste da França.
Em Saint Louis o melhor é deixar o mapa na mochila e andar sem rumo. A ilha é tão pequena que você não vai se perder.
No número 19 da Quai de Bourbon, uma das ruas que dão vista para o Sena, você vai topar com a casa em que a escultora Camile Claudel (1864-1943) morou entre 1899 e 1913.
A casa foi transformada em prédio de apartamentos, mas vale uma visita ao seu pátio interno. Peça para um morador deixar você entrar para conhecer, pois é impossível abrir o portão sem conhecer o código de segurança.
Na rua St-Louis-en-Île, bem no centro da ilha, fica a igreja de Saint Louis. Sua construção levou quase cem anos -começou em 1664 e terminou em 1765.
Menos famosa que a Notre-Dame, a igreja, sozinha, vale a ida a Saint Louis.
Tente visitá-la num dos dias em que há o tradicional concerto de música clássica. O único jeito de descobrir datas e horários é ligando para lá. O telefone local é 0146-341160.

Como chegar - De Paris, o melhor é ir de metrô (estação Pont Marie, linha 7) ou de táxi. Se você alugou um carro, deixe-o no hotel, porque é impossível encontrar vagas na rua e não há estacionamento pago por perto.


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