Origem da cidade teve ataque indígena e incêndio; nos anos 1980, Microsoft revolucionou a economia

DO ENVIADO ESPECIAL A SEATTLE

"Seattleites", apelido dos habitantes de Seattle, se preocupam com o ambiente, a água, o salmão fresco e o café.
Também fazem questão de reciclar, de não carregar guarda-chuva a despeito do clima chuvoso, de ter aparelhos de tecnológicos. Têm ainda um gosto musical tão eclético que os conecta aos ritmos de roqueiros e de bandas tão díspares como Jimi Hendrix, Quincy Jones, Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam e Alice in Chains.
Nas últimas décadas, a sua atividade econômica passou por uma revolução. Os setores de pesca, construção naval, exploração de madeira e minérios perderam espaço para o de alta tecnologia. Não que no início do século 20 as indústrias de vanguarda, bem simbolizadas pela Boeing, já não estivessem ali estabelecidos.
Mas foi nos anos 80 que tudo mudou: Bill Gates, "seattleite" filho de próspero advogado, criou a Microsoft, maior produtora mundial de softwares para computadores. Com sede em Seattle, a empresa atraiu à região empresas similares.

Origem trepidante
Curiosamente, Seattle não se originou na sua região central e, sim, em Alki. Corria o ano de 1851, e um primeiro núcleo de europeus batizou o local em homenagem a um pacífico chefe indígena. Mas, em 1856, quando a recém-fundada Seattle contava 300 habitantes, o lugarejo foi atacado por índios.
Mal a cidade se recuperava, aconteceram os "riots" dos anos 1880, manifestações violentas envolvendo a população de origem chinesa. Arrematando a má fase, Seattle foi castigada por um incêndio em 1889.
Para ter uma vista panorâmica de seu skyline, vale dirigir até Alki, diante da baía Elliott, onde a cidade nasceu. O local de aparência pacífica descortina o skyline do centro (downtown) no lado oposto da baía.
Uma vez lá, a dica é comer no Salty's on Alki (www.saltys.com), restaurante no número 1.936 da Harbor avenue, SW. Um cartão-postal de propaganda do local tem, no verso, a silhueta de todos os prédios importantes, começando pela torre Space Needle (veja a imagem na pág. F6), à esquerda de quem observa de lá a baía Elliott, e terminando pela Smith Tower (www.smithtower.com), à direita.
Aí, ao mencionar a Smith Tower, que fica em downtown, é preciso fazer um parêntese. Essa torre, de 42 andares, erguida entre 1901 e 1914 pelo empresário Lyman Cornelius Smith, já foi o mais alto prédio de Seattle e também tem o seu observatório. Simbolizou a fortuna de seu proprietário, o fabricante do revólver Smith & Wesson e da máquina de datilografia Smith Corona.
Voltando a Alki, outra dica é apimentar a viagem no restaurante mexicano Cactus! (www.cactusrestaurants.com), no 2.820 da Alki avenue, SW. (SC)


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