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VIZINHO EM PROMOÇÃO
Buenos Aires frequentada por portenhos difere do centro turístico e inclui bairros como o do parque
Lojas da Recoleta mudam para Palermo
GUSTAVO CHACRA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
Buenos Aires é muito mais do
que o tradicional circuito turístico, composto pela Casa Rosada,
Calle Florida, restaurantes da Recoleta, feira de San Telmo, baile de
tango no Viejo Almacén e a Boca.
Além dos pontos turísticos tradicionais, que não devem ser descartados, há muito mais nessa cidade. Os portenhos, em geral, frequentam outros lugares, mantendo-se longe do denominado microcentro, onde os turistas passam a maior parte do tempo. Para
lá, eles vão apenas quando precisam trabalhar ou querem ver alguma peça de teatro.
Hoje, muito da vida agitada dos
moradores de Buenos Aires está
concentrada nos bairros de Palermo e de Belgrano, para onde estão
rumando muitos restaurantes e
lojas badaladas da Recoleta. Os
grandes empreendimentos imobiliários também estão nesses
bairros. É um fenômeno similar
ao que acontece, por exemplo,
com a Vila Nova Conceição e a Vila Olímpia, em São Paulo.
À noite, a agitação está bem espalhada pela cidade, não ficando
restrita apenas às boates "pega-turista" da Recoleta.
A cidade também ganhou recentemente espaços culturais como o museu Malba, do colecionador Constantini, e o Evita, que
conta a história da primeira-dama mais famosa da história da
Argentina e talvez do mundo.
Crise
Não se pode negar que a Argentina esteja em crise. Mas isso não
significa que o país já tenha os níveis de pobreza do Brasil, especialmente quando se fala de Buenos Aires. Os portenhos reclamam da violência, mas os índices
de criminalidade ainda são bem
menores do que os das grandes cidades da América Latina.
Existem favelas, é verdade, mas
mais nos subúrbios e em quantidades bem menores do que em
São Paulo e no Rio de Janeiro.
É certo, porém, que quem conhece Buenos Aires de outras
épocas levará um susto. A cidade
ainda é a mais européia da América Latina, embora esteja cada vez
mais distante de Paris, Londres e
Madri -as capitais européias
com as quais Buenos Aires geralmente é comparada.
Há o lado bom da crise para os
brasileiros. Com a megadesvalorização do peso, a capital argentina voltou a ser acessível. Isso não
acontecia desde a desvalorização
do real, em janeiro de 1999.
Os preços estão realmente baixos. Come-se muito bem por menos de US$ 10. E compram-se
roupas, principalmente malhas,
jaquetas e bolsas de couro, por
bem menos do que no Brasil.
Os táxis da cidade são baratíssimos, cerca de metade do preço
dos de São Paulo. Mas um alerta:
prefira pegar sempre os rádio-táxis e os remisses (espécie de táxi
especial, mais seguros e confortáveis, apesar de os motoristas utilizarem carros comuns). Não se pega os remisses nas ruas, mas seus
telefones podem ser facilmente
conseguidos no aeroporto de
Ezeiza ou nos hotéis. Se quiser
contratar o seu serviço para circular pela cidade, é possível negociar
o preço.
Outra dica importante são os
"locutórios" (espécie de telefônicas que existiam no interior do
Brasil), onde o turista encontra
cerca de dez cabines para ligar para qualquer lugar do mundo, pelo
preço de um telefone fixo comum
de Buenos Aires. Há praticamente
um "locutório" em cada quarteirão das ruas mas importantes da
cidade, principalmente no centro.
Gustavo Chacra viajou a convite da
TAM e da Asociación Museo Evita
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