São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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VIZINHO EM PROMOÇÃO

Buenos Aires frequentada por portenhos difere do centro turístico e inclui bairros como o do parque

Lojas da Recoleta mudam para Palermo

GUSTAVO CHACRA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

Buenos Aires é muito mais do que o tradicional circuito turístico, composto pela Casa Rosada, Calle Florida, restaurantes da Recoleta, feira de San Telmo, baile de tango no Viejo Almacén e a Boca.
Além dos pontos turísticos tradicionais, que não devem ser descartados, há muito mais nessa cidade. Os portenhos, em geral, frequentam outros lugares, mantendo-se longe do denominado microcentro, onde os turistas passam a maior parte do tempo. Para lá, eles vão apenas quando precisam trabalhar ou querem ver alguma peça de teatro.
Hoje, muito da vida agitada dos moradores de Buenos Aires está concentrada nos bairros de Palermo e de Belgrano, para onde estão rumando muitos restaurantes e lojas badaladas da Recoleta. Os grandes empreendimentos imobiliários também estão nesses bairros. É um fenômeno similar ao que acontece, por exemplo, com a Vila Nova Conceição e a Vila Olímpia, em São Paulo.
À noite, a agitação está bem espalhada pela cidade, não ficando restrita apenas às boates "pega-turista" da Recoleta.
A cidade também ganhou recentemente espaços culturais como o museu Malba, do colecionador Constantini, e o Evita, que conta a história da primeira-dama mais famosa da história da Argentina e talvez do mundo.

Crise
Não se pode negar que a Argentina esteja em crise. Mas isso não significa que o país já tenha os níveis de pobreza do Brasil, especialmente quando se fala de Buenos Aires. Os portenhos reclamam da violência, mas os índices de criminalidade ainda são bem menores do que os das grandes cidades da América Latina.
Existem favelas, é verdade, mas mais nos subúrbios e em quantidades bem menores do que em São Paulo e no Rio de Janeiro.
É certo, porém, que quem conhece Buenos Aires de outras épocas levará um susto. A cidade ainda é a mais européia da América Latina, embora esteja cada vez mais distante de Paris, Londres e Madri -as capitais européias com as quais Buenos Aires geralmente é comparada.
Há o lado bom da crise para os brasileiros. Com a megadesvalorização do peso, a capital argentina voltou a ser acessível. Isso não acontecia desde a desvalorização do real, em janeiro de 1999.
Os preços estão realmente baixos. Come-se muito bem por menos de US$ 10. E compram-se roupas, principalmente malhas, jaquetas e bolsas de couro, por bem menos do que no Brasil.
Os táxis da cidade são baratíssimos, cerca de metade do preço dos de São Paulo. Mas um alerta: prefira pegar sempre os rádio-táxis e os remisses (espécie de táxi especial, mais seguros e confortáveis, apesar de os motoristas utilizarem carros comuns). Não se pega os remisses nas ruas, mas seus telefones podem ser facilmente conseguidos no aeroporto de Ezeiza ou nos hotéis. Se quiser contratar o seu serviço para circular pela cidade, é possível negociar o preço.
Outra dica importante são os "locutórios" (espécie de telefônicas que existiam no interior do Brasil), onde o turista encontra cerca de dez cabines para ligar para qualquer lugar do mundo, pelo preço de um telefone fixo comum de Buenos Aires. Há praticamente um "locutório" em cada quarteirão das ruas mas importantes da cidade, principalmente no centro.


Gustavo Chacra viajou a convite da TAM e da Asociación Museo Evita


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