São Paulo, segunda, 13 de abril de 1998

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POR DENTRO DE MANAUS
Ciclo da borracha mudou capital

da agência Folha, em Manaus

A cidade é marcada por contrastes entre a urbanização e a mata. O Amazonas é o Estado da região norte mais protegido: só 1,6% da sua área total (1,5 milhão Km2) sofreu desflorestamento, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Portanto, engana-se quem imagina Manaus uma cidade comum. Conhecê-la é ter acesso à história da ocupação da Amazônia.
Durante o ciclo da borracha (1890-1910), seus habitantes a denominavam de "Paris dos Trópicos" ou "Cidade Sorriso".
A cidade viveu uma transformação radical: os governantes e comerciantes locais trouxeram da Europa centenas de arquitetos, urbanistas, paisagistas e artistas.
A missão deles era executar um ambicioso plano urbanístico, que resultou em uma cidade com perfil arquitetônico de influência européia.
A exploração da borracha financiou a construção de edifícios, bondes elétricos, rede de telefonia, água encanada e um porto.
Manaus foi uma das primeiras cidades brasileiras a contar com luz elétrica e serviço de tratamento de água e esgoto.
Em 1896, a cidade ganhou o luxuoso Teatro Amazonas.
Ecologia

Manaus transformou-se em importante pólo de turismo ecológico, graças às suas belezas naturais e ao resgate das tradições indígenas, que têm na exuberância das brincadeiras de boi-bumbá -um de seus principais exemplos.
A dança do boi, que remonta ao início do século, ganhou uma roupagem nova e tem conquistado o coração de pessoas dentro e fora do Brasil.
O turismo na cidade, porém, nunca foi encarado como estratégia de desenvolvimento regional. A crise na Zona Franca de Manaus, decorrente da globalização, fez crescer o interesse pelo ecoturismo -um dos principais responsáveis pelo reaquecimento da economia local.



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