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GOL NO ORIENTE
Rituais de nascimento e casamento são xintoístas, mas na hora da morte população apela para o budismo
Japoneses costumam ter duas religiões
DA ENVIADA ESPECIAL AO JAPÃO
Em centros urbanos ou em meio a florestas, santuários xintoístas ("jinja") e templos budistas ("otera") são parte essencial
da vida no Japão. Se você perguntar a um japonês em qual dos dois
ele faz suas preces, a resposta provavelmente será: "Em ambos".
O xintoísmo é a religião mais antiga do país. Acredita-se que todas as forças e os elementos da natureza, como árvores, rios, pedras e animais, são habitados por deuses, ou "kami".
Já o budismo foi introduzido no
país no século 6º, mil anos depois
de sua criação, e seus valores e
moral agradaram a clãs poderosos, que foram responsáveis por
sua propagação.
Hoje as duas religiões coexistem
sem problemas. Nascimentos de
crianças e casamentos são celebrados dentro do xintoísmo. Na
hora da morte, rituais funerários
ficam a cargo de monges budistas.
Ainda hoje, na hora de começar a
erguer um prédio, um sacerdote
xintoísta é chamado para purificar o local da obra.
No Ano Novo, após o soar dos
108 toques do gongo, que simbolizam os 108 males enfrentados pelo homem segundo o budismo, centenas de pessoas vão aos santuários para fazer as primeiras
preces do ano às divindades.
Santuários
Em geral, cada santuário é dedicado a um deus, que acaba sendo
o protetor do bairro ou vila local.
É fácil identificar um "jinja",
por causa do "torii", o nome do
portal que marca o ponto onde
começa a área sagrada. Jovens assistentes vestidas de vermelho e
branco, chamadas "miko", são
comumente vistas nos santuários.
Um belo santuário é o Itsukushima Jinja, erguido em 593, cujas
construções em branco e vermelho se destacam no verde da ilha
de Miyajima, perto de Hiroshima,
na região oeste da ilha de Honshu,
a principal do país. No caso desse
"jinja", o "torii" foi fincado no
mar. A ilha, coberta por florestas
virgens, não tem maternidade
nem cemitério, pois a princípio
não é permitido a ninguém morrer ou nascer nela.
Templos
Já onde há um templo budista
sempre há um pagode, nome dado às torres de três ou cinco andares que abrigam relíquias de Buda. O complexo de um templo inclui ainda um salão principal,
construções menores e até um pequeno santuário xintoísta.
Peregrinações de civis pelos
templos são frequentes e podem
durar semanas. Em estações de
trem ou nas ruas, o turista pode se
deparar com algum monge solitário em peregrinação.
Cidades como Kyoto (com
1.200 anos de história, abriga 20%
dos Tesouros Nacionais do Japão)
e a vizinha Nara (fundada em 710,
foi a primeira capital do país e o
ponto mais oriental da antiga rota
da Seda), no centro de Honshu, e
Kamakura e Nikko (leia mais sobre as duas cidades na pág. F6),
nos arredores de Tóquio, todas
fortemente relacionadas ao poder
de imperadores, nobres e xoguns,
abrigam conjuntos famosos de
templos e santuários.
O único porém das visitas a um
"jinja" ou "otera" é que, se você
quiser fazer uma oração, é preciso
colocar moedas nas caixas colocadas em frente aos pavilhões. É
uma doação quase compulsória
para a manutenção desses locais.
Na entrada de ambos sempre há
uma fonte de água corrente com
conchas para a pessoa molhar as
mãos e se purificar.
(CHIAKI KAREN TADA)
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