São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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GOL NO ORIENTE

Problemas como crise econômica diminuem impacto do evento no país, que, porém, o organiza com cuidado

Copa não afeta o dia-a-dia dos japoneses

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Obrigação de organizar um evento de sucesso absoluto. Esse é, talvez, o sentimento dominante entre os japoneses nesses dias que antecedem o início da Copa do Mundo.
Enquanto na Coréia há a impressão de entusiasmo com a realização da primeira Copa asiática, no Japão, o senso do dever de fazer bem-feito é o que sobressai.
A Copa do Mundo é o mais aguardado evento esportivo do mundo. A Olimpíada é maior e mais complexa, além de afetar mais o país-sede (o Japão já a organizou em 1960), mas a Copa mobiliza mais diretamente o cotidiano de um número maior de países, mesmo daqueles que não participam dela.
A maioria dos japoneses sabe que esse megaevento será realizado em seu país, mas, se do ponto de vista organizacional há uma entrega total, a população em geral está distante.
Aquele que for assistir à Copa vai, provavelmente, presenciar uma organização impecável em meio a um povo mais preocupado com outras coisas.
Há uma série de fatores que explicam o fenômeno:
 O futebol não é o esporte mais popular no país. A principal prática esportiva é o beisebol. Só para ficar nos esportes ocidentais, o golfe goza também de grande popularidade. A J-League (liga japonesa de futebol) já foi mais popular na década de 80 e atualmente tem sucesso em regiões específicas, como Kashima.
 A recessão por que passa a economia japonesa. Com a ameaça do desemprego e a queda de poder aquisitivo, fica mais complicado se entusiasmar com qualquer coisa.
 A seleção japonesa não é uma das favoritas. Quase ninguém acredita que ela passe da segunda fase. O melhor cenário é avançar o máximo possível e perder de algum time de grande expressão, como Brasil ou França.
 Há ainda o gosto meio amargo de ter que dividir a organização com a Coréia do Sul.
(ENIO RIBEIRO)


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