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GOL NO ORIENTE
Problemas como crise econômica diminuem impacto do evento no país, que, porém, o organiza com cuidado
Copa não afeta o dia-a-dia dos japoneses
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Obrigação de organizar um
evento de sucesso absoluto. Esse
é, talvez, o sentimento dominante
entre os japoneses nesses dias que
antecedem o início da Copa do
Mundo.
Enquanto na Coréia há a impressão de entusiasmo com a realização da primeira Copa asiática,
no Japão, o senso do dever de fazer bem-feito é o que sobressai.
A Copa do Mundo é o mais
aguardado evento esportivo do
mundo. A Olimpíada é maior e
mais complexa, além de afetar
mais o país-sede (o Japão já a organizou em 1960), mas a Copa
mobiliza mais diretamente o cotidiano de um número maior de
países, mesmo daqueles que não
participam dela.
A maioria dos japoneses sabe
que esse megaevento será realizado em seu país, mas, se do ponto
de vista organizacional há uma
entrega total, a população em geral está distante.
Aquele que for assistir à Copa
vai, provavelmente, presenciar
uma organização impecável em
meio a um povo mais preocupado
com outras coisas.
Há uma série de fatores que explicam o fenômeno:
O futebol não é o esporte mais
popular no país. A principal prática esportiva é o beisebol. Só para
ficar nos esportes ocidentais, o
golfe goza também de grande popularidade. A J-League (liga japonesa de futebol) já foi mais popular na década de 80 e atualmente
tem sucesso em regiões específicas, como Kashima.
A recessão por que passa a
economia japonesa. Com a ameaça do desemprego e a queda de
poder aquisitivo, fica mais complicado se entusiasmar com qualquer coisa.
A seleção japonesa não é uma das favoritas. Quase ninguém
acredita que ela passe da segunda
fase. O melhor cenário é avançar o
máximo possível e perder de algum time de grande expressão,
como Brasil ou França.
Há ainda o gosto meio amargo de ter que dividir a organização com a Coréia do Sul.
(ENIO RIBEIRO)
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