|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AZUL CONSTANTE
Penteados psicodélicos com cabelo postiço custam de US$ 60 a US$ 80 no país de maioria negra
População costuma fazer esculturas de gel no cabelo
DA ENVIADA ESPECIAL ÀS BAHAMAS
As Bahamas são um país de negros. Ou dos negros. Com uma
população formada por 85% de
descendentes de escravos, esse
povo recepciona os turistas ao
som dos ritmos locais em seu colorido e caótico aeroporto (apesar
da festa na hora da entrada, malas
com rodinhas são essenciais, já
que será preciso carregar sua bagagem por um longo trecho, sem
a ajuda dos carrinhos). Na hora
do chek in de embarque para sair
do país, o caos aumenta, e o tratamento já não é dos melhores.
Provavelmente porque o país é
tão próximo dos EUA (40 minutos de vôo), a impressão que se
tem é a de que toda a população
faz suas compras lá. A colonização é inglesa, mas a influência
norte-americana é notória. Vide
os penteados nas cabeças das mulheres, verdadeiras esculturas
multicoloridas, fixadas com gel.
Observe também o excesso de peso em grande parte da população,
marca registrada dos ianques.
Ainda assim, as pessoas são
muito vaidosas e as mulheres das
Bahamas gastam, mensalmente,
uma enorme quantidade de dinheiro cuidando dos cabelos e das
unhas, que costumam manter
exageradamente grandes.
Um penteado psicodélico, geralmente feito, em parte, com cabelo postiço, mas não necessariamente falso (o que aumenta ainda
mais o preço), pode variar de US$
60 a US$ 80.
Não se pode negar que se trata
de um povo simpático, mas muitas vezes entediado (ou deveríamos chamá-los saturados?) com o
fato de ter que servir diariamente
aos turistas. Às vezes a má vontade é explícita, mas quando eles se
vêem diante do som emitido pelas
palavras pronunciadas em um
bom português, curiosos, perguntam: "De onde você é?"
Não fique espantado com a falta
de crença deles com relação à sua
resposta. Em quase 100% dos casos, as perguntas seguintes serão:
"Onde fica o Brasil?" e "Que língua vocês falam lá?".
Pouco se sabe nas Bahamas a
respeito da cultura brasileira,
mas, se quiser continuar com o
teste de conhecimentos, apele, falando do nosso Carnaval.
Muitas vezes funciona, eliminando de suas faces aquele imenso ponto de interrogação.
(CAROLINA FREDERICO)
Texto Anterior: Águas divertem até amadores Próximo Texto: Tudo acontece na Bay Street Índice
|