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INVASÃO DE PRIVACIDADE
Brasileiros que vieram da América do Norte e da Europa afirmam que embarque ocorreu sem novidades
"Não há mudanças", dizem os turistas vindos dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Está tudo normal." Essa é a
impressão de turistas que vieram dos EUA e da Europa ouvidos pela reportagem na última
sexta, no aeroporto internacional de Guarulhos (SP).
De acordo com os relatos, os
procedimentos de segurança
continuam os mesmos: tirar os
sapatos, o cinto e o casaco antes
de passar pelo detector de metal e colocar a bagagem de mão,
com o laptopo para fora, na esteira de raio-X.
"Tinha fila, mas não notei nada de diferente", diz o empresário Silvio Golfetti, que vinha de
Miami com a mulher e a filha
de dois anos.
A aposentada Iolanda Moura, que viajou para Nova York
após o atentado do dia 25 de dezembro, também não teve problema com a polícia norte-americana. "Acho que a confusão é com quem vai ou volta daqueles países que estão na lista
[dos 14 "países de risco", elaborada pelos EUA], né? Para nós,
brasileiros, está tranquilo."
O consultor cirúrgico Fernando Feitosa, que foi à Disney
de Orlando com a família, também não viu nenhum tipo de
abuso. "Tem de tirar o casaco e
o sapato", diz ele. "Até pode
soar um pouco de humilhação
para os passageiros, mas a gente entende completamente, é
uma questão de segurança, não
tem nem o que discutir."
O único procedimento diferente que alguns turistas brasileiros notaram foi a checagem
de laptops -os policiais analisavam cada máquina passando
um detector sobre o aparelho.
"Isso eu nunca tinha visto, mas
não muda nada", afirma o chef
de cozinha Adriano Quaranta
Martins, ao chegar de Paris.
Sobre a proibição do uso do
cobertor, os brasileiros afirmam que não viram nada disso.
"Nossa, imagina. Não tinha nenhuma proibição", diz a arquiteta Cristina Vieira, mulher de
Silvio Golfetti. Era possível levantar para ir ao banheiro a
qualquer hora -exceto na decolagem e no pouso.
Para o egípcio Ali Hamdoun,
enviado especial do Ministério
da Religião do Egito ao litoral
santista, a maior dificuldade foi
conseguir o visto. "Correu tudo
bem nos aeroportos", diz ele,
que saiu do Cairo e fez escala
em Roma antes de chegar a São
Paulo.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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