São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2005

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ALEMANHA

Memorial causa polêmica há meses e é acusado de banalizar a história; diretora deve apelar da decisão

Corte decide fechar exposição no checkpoint Charlie

DA REUTERS

Uma controversa exposição ao ar livre montada em outubro do ano passado com a proposta de ser um memorial do Muro de Berlim, homenageando as centenas de pessoas que foram mortas tentando fugir do regime comunista da porção oriental alemã, foi intimada a sair de cartaz.
A mostra marca um dos mais famosos pontos da Guerra Fria, o checkpoint (ponto de checagem) Charlie. A decisão, tomada pela corte de Berlim na semana passada, exige que as centenas de cruzes de madeira e que o trecho do Muro de Berlim que foi reconstruído sejam tirados dali.
A instalação, batizada pelos seus organizadores de Memorial do Muro, foi cercada de controvérsia. Políticos pertencentes à coligação no poder em Berlim, que reúne social-democratas e o ex-comunista PDS, classificaram a mostra como ofensiva e criticaram a colocação de cruzes a minutos de caminhada do novo Memorial do Holocausto em Berlim.
A imprensa alemã usou termos duros para caracterizar o evento, como "Wall-Disneyland" (Disneylândia do Muro).
Alexandra Hildebrandt, diretora do museu do Checkpoint Charlie, que organizou a exposição, acusa a cidade de falhar ao demarcar seu mais famoso local e disse que deve apelar da decisão da corte.
O Senado de Berlim afirmou que apresentará planos para uma comemoração própria.
Hildebrandt acusa as autoridades locais de ingratidão com as tropas norte-americanas, que protegeram Berlim durante a Guerra Fria. "O checkpoint Charlie é um lugar onde os aliados deveriam ser agradecidos por terem protegido a liberdade de Berlim e onde as vítimas deveriam ser comemoradas", disse Hildelbrandt.


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