São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Obra e museu fazem mea-culpa e condenam época do Holocausto

Memorial do Holocausto, do arquiteto Peter Eisenman, lembra os túmulos de um cemitério

Também há espaço para homenagens singelas, como placas com nomes das pessoas mortas em frente às antigas casas

DO EDITOR DE TURISMO, EM BERLIM

Após 1990, quando Berlim recuperou o status de capital alemã, a arquitetura ultracontemporânea foi usada para criar uma nova metrópole e para simbolizar uma ruptura com o passado.
Sucessivamente capital do Reino da Prússia (1701), do Império Alemão (1871-1918), da República de Weimar (1919-1932) e do Terceiro Reich (1933-1945), a cidade mergulha suas raízes até o século 13, quando surgiu às margens do rio Spree.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) não deixou grandes cicatrizes urbanas, mas o mesmo não se pode dizer da Segunda Guerra (1939-1945), quando 70% da metrópole foi destruída por bombardeios aliados.
Hoje, a Berlim pós-comunismo, que depois do período nazista viveu o pesadelo de ter um lado pró-soviético e um ocidental, é a única grande cidade europeia que ainda tem espaço para crescer.
Para deplorar o atormentado período iniciado com a ascensão de Adolf Hitler, em 1933, a metrópole edificou monumentos como o Museu Judaico (www.juedisches-museum-berlin.de), projeto polêmico do norte-americano Daniel Libeskind.
Mas homenagens singelas que aludem ao período em que 6 milhões de judeus europeus foram assassinados são igualmente tocantes, como placas com o nome das pessoas mortas afixadas nas calçadas defronte às casas e o pequeno monumento no antigo cemitério nas proximidades da Nova Sinagoga (www.cjudaicum.de), inaugurada em 1866 e reconstruída no pós-Guerra, no bairro Mitte.
Demasiado contundente e pesado, o Memorial do Holocausto (www.holocaust-mahnmal.de), do arquiteto Peter Eisenman, lembra túmulos de um cemitério e ocupa, desde 2005, uma área de 19 mil m2 na superfície.
Não por acaso, tal monumento fica ao lado da rua Hannah Arendt, nome da cientista política e filósofa judia-alemã que, radicada nos EUA, analisou a gênese do totalitarismo nazista.
Quando a temperatura permite -e elas são mais amenas de maio a setembro-, o bom é caminhar ou pedalar um quilômetro entre Potsdamer Platz e o neoclássico Portão de Brandemburgo, o mais icônico e fotografado marco berlinense, no final da Unter den Linden. (SC)


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