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ESCALAS ERUDITAS
Em Oxford, Harry Potter ofusca "pai" dos violinos
Cidade onde foi rodada parte dos filmes do bruxinho guarda relíquias da cultura, como violino Messias
DA FOLHA ONLINE, EM OXFORD
A cerca de uma hora e meia
de Londres de ônibus, transcorrida em uma paisagem 50%
urbana e 50% verdejante, em
estrada de excelente qualidade,
chega-se à simpática Oxford.
Esta cidade de cerca de 135 mil
habitantes foi um dos berços da
realeza no passado e ainda hoje
o é da cultura: está lá uma das
cinco melhores universidades
do mundo (os nada modestos
britânicos dizem que é a nº 1).
Se sempre foi famosa pela
produção de intelectuais, nos
últimos anos Oxford também
atrai um enxame de adolescentes: em uma de suas escolas, o
Christchurch College, foi rodada parte da série de cinema
Harry Potter.
Também é em seu cemitério
que está enterrado o verdadeiro "Senhor dos Anéis", o escritor John Ronald Reuel Tolkien
(1892-1973).
Já os amantes da música desembarcam em Oxford por outro motivo. A cidade esconde,
literalmente, a jóia da coroa dos
violinos, o pai de todos os instrumentos de cordas: o lendário Messias, o mais belo, mais
bem conservado e, se fosse possível calcular algum preço, o
mais valioso violino do mundo,
fabricado por Antonio Stradivarius (1644?-1737).
Apesar de tantas prerrogativas, o "pobre" Messias ficou até
2004 exposto em uma sala mal
iluminada do Ashmolean Museum, fundado em 1683. O local
tem um amplo espaço dedicado
à música, a Sala Hill (que passou por uma reforma recente).
Foi em 1716 o último retoque
de verniz que o sr. Stradivarius
deu ao Messias, cujo tampo anterior lembra um tigrinho. Foi
pouquíssimo tocado desde então. Os poucos felizardos que o
ouviram garantem que seu som
e timbre inebriam e levam a um
estado de quase torpor. Hoje há
controvérsias. Muitos acham
que, por não ter sido tocado por
séculos, ele está inutilizado.
Outros garantem que sua divindade está lá, tão imaculada
quanto sua madeira perfeita.
O Messias está hospedado
em uma caixa de vidro simples,
climatizada, no segundo andar.
A seu lado, outra raridade: um
violino Amati de 1564, encomenda de Carlos 9º, da França,
o mais antigo violino do mundo
de que se tem notícia.
(RF)
ASHMOLEAN MUSEUM
Beaumont Str, Oxford, UK; OX1
2PH
http://www.ashmolean.org
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