São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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CONCERTOS CAPITAIS

Praga celebra dois filhos e "agregado" em belos museus

Enquanto Viena desprezava a genialidade de Mozart, a capital tcheca o amava e, praticamente, o adotou

DA FOLHA ONLINE, EM PRAGA

Os três principais museus de Praga dedicados a músicos podem ser visitados em uma só tarde. São pequenos, acolhedores e não ficam muito distantes uns dos outros.
São espaços dedicados aos filhos mais ilustres, Antonín Dvorák e Bedrich Smetana, e àquele adotado como filho pela cidade: Mozart, que ganhou a mansão-museu Bertramka.
Usando as linhas de transporte férreas pode-se chegar a qualquer um deles em menos de 15 minutos, partindo do centro de Praga.
O pequenino Bertramka fica bastante próximo ao suntuoso Palácio da Cultura. Abriga alguns instrumentos musicais e conta um pouco sobre as passagens de Wolfgang Amadeus Mozart pela cidade.
Enquanto Viena desprezava o gênio, Praga o amava. "Bodas de Fígaro", por exemplo, foi recebida com muxoxos na Áustria, mas levou Praga à loucura.
O sucesso foi tamanho que ele recebeu a encomenda de mais uma ópera, e foi aí que nasceu "Don Giovanni".
Ali, nos jardins de Bertramka, um amuado Mozart (1756-1791) digeria o desprezo dos vienenses entornando garrafas e mais garrafas de vinho.
Por mais de uma vez, dizem, teve de ser levado babão até seus aposentos por serviçais festivos: deviam achar que suas bebedeiras eram uma forma de comemorar o sucesso em Praga. Jamais imaginariam que podia ser um "analgésico" ao fracasso na vizinha Viena, e à falta de dinheiro.
Em Bertramka é possível comprar uma partitura de sua famosa "Marcha Turca" copiada diretamente do manuscrito original. Trata-se de um objeto de desejo um tanto caro: 70, o equivalente a R$ 180.

Os filhos
Os dois andares do museu Smetana estão localizados num dos pontos mais privilegiados da cidade. Eles ficam à beira do rio Moldava.
Bedrich Smetana (1824-1884) nasceu e morreu em Praga. Há um piano Petroff usado por ele, bem como estantes, partituras originais, cartões de apresentação e livros com suas anotações.
Assim como Beethoven, ele também morreu surdo, mas seguiu compondo enquanto teve alguma lucidez. É considerado o "pai da escola musical" tcheca e teve como seguidor Antonín Dvorák (1841-1904).
Instalado num casarão reformado e cercado por um jardim bem cuidado e imponente, o Museu Dvorák também é parada obrigatória. Seria talvez uma indelicadeza com os tchecos não visitar o memorial de seu mais famoso filho musical.

Funcionamento
Aberto de terça a domingo e com ingresso de custo apenas simbólico (cerca de 1, ou R$ 2,60), tem dois andares e guarda instrumentos usados pelo grande compositor e maestro, cuja fama atravessou as fronteiras e até o oceano.
Dvorák recebeu os títulos de doutor honoris causa da Universidade de Cambridge, da Universidade de Viena e da de Praga, claro, e foi diretor do Conservatório de Nova York.
Sua memória é preservada não apenas pelo museu, mas por todos os músicos da República Tcheca. Parece até um decreto (mas não é): em qualquer recital no país sempre há pelo menos uma peça de Dvorák. Nem que seja no bis. Mas ele merece, ele merece...


Museu Smetana
Novotného lávka 1; Praga 1 - Staré Mesto
www.nm.cz

Museu Antonín Dvorák
Praga 2, Ke Karlovu, 20
www.antonindvorak.cz

Museu Mozart - Bertramka
Praga 5, Mozartova, 169
www.bertramka.com


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