São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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internacional

Cidade goiana é considerada patrimônio em risco

CEM LOCAIS EM PERIGO Em lista de locais ameaçados estão monumentos no Iraque e o "skyline" de São Petersburgo

DA REDAÇÃO

O homem é o principal responsável pela destruição de monumentos históricos. Foi o que a Fundação Mundial de Monumentos (www.worldmonumentswatch.org) concluiu em seu relatório bienal que lista os cem lugares que estão em maior risco no mundo, publicado na semana passada.
Neste ano, um novo fator foi agregado ao conjunto daqueles que ameaçam os sítios históricos: as mudanças climáticas. As outras principais ameaças causadas pela ação humana apontadas pelo relatório foram o crescimento não planejado das cidades, os conflitos armados e a falta de cuidados e restauração dos monumentos.
Desde sua primeira publicação, em 1995, o relatório já ajudou a salvar 75% dos locais em perigo apontados, segundo a presidente da organização, Bonnie Burnham.
Nenhuma região do mundo ficou a salvo das críticas da fundação. Da célebre Rota 66, nos EUA, à cidade de Fianarantsoa, em Madagascar, e da Fundação Juan Miró, em Barcelona, à mesquita Azul, no Cairo, todos os continentes possuem algum patrimônio cultural em risco.


Goiás
No Brasil, apenas o centro histórico de Porangatu, em Goiás, foi citado. Segundo o relatório, o município -dotado de casas dos séculos 18, 19 e início do 20- tem sofrido grandes alterações em sua arquitetura.
O crescimento do número de habitantes da cidade, devido às indústrias ali situadas, foram a principal causa da deterioração dos bairros históricos de Porangatu, de acordo com o documento. Também o crescimento, aliado à falta de preservação, é apontado como o principal risco para os edifícios das décadas de 1920 e 1930 de Xangai, na China, que têm sido danificados e até destruídos.
Nessa mesma lista consta o "skyline" de São Petersburgo, ameaçado pela construção de uma torre de 300 metros anunciada pela estatal Gazprom, produtora e distribuidora de gás da Rússia.

Iraque
A herança cultural iraquiana, com cerca de 10 mil locais de interesse histórico, foi listada pela segunda vez pela fundação. A guerra no país, iniciada em 2003 com a invasão de soldados norte-americanos, principalmente, e as explosões comandadas por terroristas colocam em risco edifícios históricos de Bagdá, de outras cidades e os sítios arqueológicos.
Vítima das mudanças climáticas é a Cabana de Scott, construída em 1911 pelo desbravador britânico Robert Falcon Scott, na Antártida. A imensa quantidade de neve e a formação de gelo sem precedentes no local vêm danificando a construção, relata o documento.
As mudanças climáticas, a poluição e a erosão são uma ameaça às pedras entalhadas da região de Ikom, na Nigéria, que datam de 2.000 anos antes de Cristo. Medindo entre um e dois metros, essas esculturas têm sofrido com a chuva ácida, a umidade, o sol intenso, os roubos e o vandalismo.

Previsível
Mais previsível é a presença de Machu Picchu no estudo, devido ao crescente número de turistas que vistam o local. Em 1992, 9.000 pessoas estiveram na cidade inca. Em 2006, o número pulou para 4.000 visitantes em um único dia.


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