São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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UM LUGAR AO SUL

Warm Springs conserva casa de Franklin D. Roosevelt

Tratamento para a paralisia causada pela poliomielite levou o presidente a essa estância de águas termais

DA ENVIADA ESPECIAL A ATLANTA

Em tempos de eleições norte-americanas e de Obamania, visitar a "Little White House", pequena Casa Branca (nome dado às casas em que os presidentes norte-americanos viveram), de Franklin Delano Roosevelt é um exercício de colocar pingos nos "is" no quesito popularidade de políticos.
Único presidente a ser eleito quatro vezes -ficou na Casa Branca ela mesma de 1933 a 1945, ano em que morreu-, Roosevelt tomou posse, na primeira vez, de um país que vivia as conseqüências da Crise de 1929, e, no último mandato, orquestrou, ao lado de Winston Churchill e Josef Stálin, o fim da Segunda Guerra Mundial.
Há exatos 75 anos, instalou o New Deal, programa que durou seis anos, de 1933 a 1939, e reuniu ações para tirar o país da crise. Obras de infra-estrutura tomaram o país, gerando empregos, e um sistema de auxílio financeiro foi implantado.
Mas se a face política é bem conhecida, o que interessa aqui é saber o que levou FDR, como as pessoas se referem a ele durante toda a visita, à pequena Warm Springs -que em 2000 tinha menos de 500 habitantes.
A primeira visita dele a essa cidade foi em 1924. Três anos antes, quando ele tinha 39 anos, contraiu poliomielite.
As águas termais de Warm Springs eram então usadas para tratamento de pessoas portadoras de paralisias. Roosevelt começou a se tratar nas piscinas termais e fundou, em 1927, um centro de reabilitação (www.rooseveltrehab.org).
Em 1932, então governador de Nova York, construiu a casa hoje transformada em museu.

Quarto, sala e cozinha
A visita à casa começa em um espaço expositivo onde é apresentado um vídeo que conta a história do 32º presidente norte-americano. Em seguida, percorre-se um museu com itens pessoais de FDR. A coleção de bengalas presenteadas por outros chefes de Estado, o Ford 1938 adaptado para ser dirigido apenas com as mãos e as próteses de perna são os itens que mais chamam a atenção.
Em seguida, caminha-se à casa propriamente dita. Os cômodos estão conservados como nos dias seguintes à morte de FDR -em 12 de abril de 1945- e chamam a atenção pela simplicidade -difícil imaginar Bush, McCain ou Obama passando férias ali.
Uma estátua de bronze perto da porta apresenta um coadjuvante simpático nessa história: Fala, o cão do casal Roosevelt, um scottish terrier.
A participação dos monitores do museu se restringe a apontar as marcas que Fala fez com as unhas na porta da casa e a especular sobre a sexualidade de Eleonor Roosevelt.
No interior da casa também está exposto o retrato inacabado -diz a história que FDR estava posando para a pintura quando sofreu o derrame que causou sua morte.
É comum, no passeio, encontrar idosos emocionados. Alguns contam suas lembranças de quando Roosevelt era presidente, outros relembram encontros com o político, que ganhou contornos de herói por ali. As histórias contadas pelos moradores da região estão sendo registradas pelo museu.


PEQUENA CASA BRANCA DE FRANKLIN D. ROOSEVELT
rodovia Little White House, 401; diariamente, das 9h às 16h45; ingresso: US$ 4 (R$ 6,50); tel.: 00/ xx/1/706/ 655-5870
www.gastateparks.org/info/littlewhite


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