do enviado especial

Assim como o castelo de Anet, o Château de Maintenon também tem no centro de sua história uma "favorita" real.
Françoise d'Aubigné conheceu o rei Luís 14 quando este ainda era criança. De gênio forte, o monarca já queria ser o centro de tudo, mas ainda não era conhecido como o Rei Sol.
Quando Luís 14 ganha o comando da nobreza, d'Aubigné é escalada para ser governanta do rei. Mais especificamente, ela passa a ser encarregada de cuidar dos filhos das amantes do monarca.
A governanta não demorou para ser tomada pelos raios solares do rei. De babá para governanta. De governanta para amante. De amante para mulher do rei.
Em 1684, já conhecida como madame de Maintenon, d'Aubigné se casa com Luís 14 e se torna sua última mulher.
O quarto de d'Aubigné ainda está armado no castelo de Maintenon, onde a companheira do rei morou e morreu.
A cama curtinha, que é vista por 40 mil visitantes anuais, não significa que a madame (ou marquesa) de Maintenon fosse baixinha.
Uma pintura próxima de seu leito explica. Como boa parte dos nobres, madame acreditava que dormir deitada atrairia a morte, razão pela qual passava as noites inteiras sentada.
²
A outra Próximo ao quadro que mostra ela sentada, sendo sondada pela morte, está um retrato de uma outra "favorita" de Luís 14.
André Léotard, guia do castelo de Maintenon, diz que não sabe explicar porque a pintura do rosto de madame de Montespan, uma das amantes mais célebres do Rei Sol, fica no castelo em que morava sua rival.
Mas ele brinca, contente com a virilidade do rei, que, se houvessem retratos de todas as suas amantes no castelo, não haveria parede em branco.
É com orgulho também que o guia local mostra um longo corredor, ornamentado com pinturas de figuras importantes da corte, em que a pequena nobreza se amontoava para assistir, pagando, refeições do rei.
O guia não sabe dizer as quantias exatas, mas garante que se pagava muito mais do que os 34 francos (cerca de R$ 6) que são cobrados atualmente para conhecer o castelo, sem direito a presenciar um almoço real.
(CASSIANO ELEK MACHADO)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice